O lucro do Santander em Portugal ascendeu, até setembro, a 778,1 milhões de euros, que compara com 621,7 milhões no final do mesmo período de 2023, o que traduz um aumento de 25,1%.

O resultado do grupo Santander, do qual o Santander Portugal faz parte, ascendeu a 9309 milhões de euros, um aumento de 14% face a setembro de 2023.

O banco presidido por Pedro Castro Almeida viu os recursos captados e os créditos concedidos aumentarem 5,5% e 6,6%, respetivamente.

Apesar do corte dos juros por parte do Banco Central Europeu (BCE), o Santander Portugal dá nota de que a margem financeira (diferença entre os juros pagos nos depósitos e os juros cobrados no crédito) cresceu 20,5%, para 1 244,4 milhões de euros.

Porém, o banco ressalva: “a um ritmo progressivamente menor, pois o Banco Central Europeu já tem em curso um ciclo de descida das taxas de referência (no dia 17 de outubro decidiu um terceiro corte da taxa de depósito, em 25pb, para 3,25%) e que começa a afetar a dinâmica intra-anual da margem, que se traduz numa redução face quer ao pico, observado no quarto trimestre de 2023, quer ao trimestre anterior”.

Os recursos de clientes ascenderam a 45,6 mil milhões de euros, beneficiando da recuperação dos depósitos de clientes e do crescimento dos recursos fora de balanço.

Os resultados divulgados esta terça-feira revelam que “a carteira de recursos fora de balanço cresceu 11,7%, face ao período homólogo, ascendendo a 4674 milhões de euros em fundos de investimento e 3980 milhões de euros em seguros financeiros e outros recursos”.

Esse crescimento ocorreu em paralelo com a queda da remuneração dos depósitos nos últimos meses, após o primeiro corte das taxas de juro de referência por parte do BCE, em junho.

Em comunicado, Pedro Castro Almeida comenta que “ser um banco rentável vai para além de gerar lucro, significa também devolver à sociedade”. O gestor refere o “compromisso” de investir na educação, notando que a Santander Open Academy já teve impacto em 81.000 pessoas, que “beneficiaram de cursos, formações e bolsas que contribuem para o seu crescimento pessoal e profissional”.

Crédito ao consumo e a empresas a crescer

No crédito concedido a clientes, o crescimento de 6,6% continua “a beneficiar de sólidos volumes de nova produção de crédito à habitação, nos nove meses de 2024”, descreve o Santander Portugal.

O banco sublinha que “neste período, foi possível manter um crescimento sustentado dos volumes de nova produção de crédito, em especial no segmento de particulares”. O crédito ao consumo também assumiu um comportamento dinâmico, diz o banco.

O crédito à habitação cresceu 3,9%, para 23 mil milhões de euros, o crédito ao consumo subiu 7,8%, para 1889 milhões de euros, e o crédito concedido às empresas cresceu 9,8%, para 22.757 milhões de euros.

No segmento de empresas o destaque vai para o financiamento sustentável concedido, mais 1,2 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

Os custos do banco no terceiro trimestre cresceram 0,6%, para 389,8 milhões de euros. As comissões líquidas registaram uma queda de 0,2%, para 345 milhões de euros.

O rácio de eficiência melhorou, situando-se em 24,2%, uma redução de 3,3 pontos percentuais face ao período homólogo.

“Os resultados em operações financeiras ascenderam a 15,8 milhões de euros, pelo que o produto bancário cresceu 14,5%, face ao período homólogo, para 1612,3 milhões de euros”, informa ainda o banco em comunicado.

E, no que toca às provisões líquidas e outros resultados cifraram-se em -38 milhões de euros, “em grande medida refletindo os encargos com a contribuição extraordinária sobre o setor bancário e o adicional de solidariedade”.

O banco sublinha ainda que o rácio de capital total ascendeu a 22,7% refletindo uma melhoria face ao registado em igual período de 2023, que tinha sido de 20,7%. O rácio CET1 (fully implemented) situou-se em 16,7% (+0,4 pontos percentuais face a setembro de 2023)”.

No que diz respeito ao rácio que mede o retorno para o acionista, o ROE, verificou-se também uma melhoria para 23,9%, ou seja, mais 2,2 pontos percentuais face ao mesmo indicador em setembro de 2023.

O número de trabalhadores até setembro somava 4580, o que corresponde a menos 82 trabalhadores em relação a igual período de 2023.

No período em análise fecharam 3 agências para 329.

Informação adicional sobre número de trabalhadores e agências, às 15h15