O Fórum para a Competitividade prevê que o PIB português vai crescer entre 1,5% e 2% em 2024, o que representa uma revisão em baixa das projeções que tinha divulgado em julho.

As previsões anteriores apontavam para um crescimento da economia entre 1,8% e 2,1%, mas estes números foram revistos nomeadamente depois de serem conhecidos os dados do segundo trimestre, quando o Produto Interno Bruto (PIB) "abrandou fortemente em cadeia, de 0,8% para 0,1%, enquanto em termos homólogos se registou uma estabilização nos 1,5%", indica a nota de conjuntura divulgada esta quarta-feira.

O Fórum admite que "nos próximos meses, a economia pode beneficiar de algum alívio do IRS e do suplemento sobre as pensões a pagar em Outubro, mas, sobretudo pela descida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE)".

"No entanto, o enfraquecimento da conjuntura internacional bem como a incerteza associada à aprovação do orçamento para 2025 e as implicações políticas que poderá desencadear poderão gerar algum retraimento, sobretudo no caso do investim ento", in dic a.

Assim, para o conjunto do ano, "o crescimento deverá situar-se entre 1,5% e 2%, podendo melhorar um pouco em 2025, se entretanto os significativos riscos internacionais e nacionais não se materializarem", lê-se na nota.

O efeito das mudanças no IRS e do suplemento às pensões

O cenário macroeconómico do Governo só deverá ser conhecido no Orçamento do Estado para 2025 e o Fórum para a Competitividade antecipa que "a deterioração da conjuntura internacional deve trazer alguma deceção ao cenário macroeconómico para 2025, apesar das descidas de taxas de juro pelo BCE, que deverão ter lugar ainda este ano e no próximo".

"Por seu turno, uma conjuntura menos favorável dificulta a execução de 2024 e retira margem negocial ao próximo orçam ento", ac res centa.

E apesar da síntese de execução orçamental até julho já ter mostrado um excedente, a organização recorda que a partir de setembro a receita de IRS vai sofrer os efeitos das novas tabelas de retenção e em outubro será dado o suplemento extraordinário aos pensionistas, no montante estimado de 400 milhões de euros.