Nazaré da Costa Cabral destacou hoje, na apresentação da atualização das Perspetivas Económicas e Orçamentais 2024-2028, em Lisboa, que este exercício permitiu perceber que "Portugal tem tido nos últimos anos um problema sério com o investimento público".

"Há uma área das políticas públicas que tem sido sacrificada", salienta, acrescentando: "O cenário também mostra que o investimento público está muito ancorado no PRR, se admitirmos que vamos ter a execução em linha com o histórico nos últimos anos da sua execução, vamos ter um 'boom' em termos de comportamento de investimento público dos últimos anos".

Assim, a responsável considera que "o desfazer do PRR significa que a partir daí há uma queda no comportamento do investimento", sendo que, apesar de existirem outros instrumentos ao dispor, como o PT2030, "esse vai obrigar a uma componente de cofinanciamento nacional, o que funciona como uma restrição".

"Temos de ver como vai ser no futuro a atitude do Estado para o investimento público", alerta a presidente do CFP, ressalvando ainda assim que "existem alternativas".

Para Nazaré da Costa Cabral, como já se começa a "ter uma trajetória favorável na dívida pública", existem dilemas como decidir se se quer "investimento público ou continuar a apostar em despesa permanente corrente do Estado".

MES // CSJ

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