O primeiro-ministro e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, estiveram reunidos, na quinta-feira, em São Bento para falar sobre o Orçamento do Estado. Na reunião que durou menos de meia hora, Luís Montenegro apresentou o que considera ser uma proposta irrecusável: o Governo adota a medida do PS sobre o IRS Jovem e o IRC sobe 1% em vez de 2%.

No mesmo dia, o PS esteve reunido no Largo do Rato a estudar a proposta do Governo. À saída, Pedro Nuno Santos não comentou a proposta, mas garantiu que não quer eleições antecipadas.

Na SIC Notícias, o deputado do PS, Pedro Delgado Alves, disse que a contraproposta apresentada pelo Executivo terá de ser avaliada. O socialista sublinhou ainda que Montenegro cedeu em parte nas linhas vermelhas traçadas pelo PS, mas não em todas.

Após a reunião, o líder do Chega criticou o Executivo por negociar com o PS e disse que estas negociações são um mau caminho: “O Governo prefere vender-se ao PS”.

O líder do Chega considerou ainda que o próximo Orçamento do Estado vai ser uma extensão do programa socialista.

Os restantes partidos lamentaram que as negociações sejam só entre PS e Governo, e que não incluam todos os partidos que estão no Parlamento.

O social-democrata Hugo Soares considerou que aproximação vai levar à viabilização do Orçamento do Estado e o líder parlamentar do CDS-PP, Paulo Núncio, afirmou que o Governo “não pode ser acusado de não negociar”. O presidente da IL, Rui Rocha, reconheceu que “há uma clara aproximação do PS ao PSD”.

A líder parlamentar do PCP, Paula Santos, falou em “discussão de recursos para grupos económicos”. O porta-voz do Livre, Rui Tavares, defendeu que “não é esta a forma de negociar” o orçamento e a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, lamentou que “seja um debate a dois”.