No momento em que entramos em contagem decrescente para a grande festa dos 40 anos da BLITZ, na Meo Arena, em Lisboa, a 12 de dezembro – com concertos de Xutos & Pontapés, Capitão Fausto, Gisela João e MARO –, pedimos a músicos, promotores, jornalistas, radialistas e outras personalidades que vão ao baú resgatar memórias de quatro décadas de história, deixando-nos, também, uma mensagem para o futuro.

“O maior contributo [da BLITZ] é o de ter afirmado, através da sua existência, a importância da música na vida das pessoas, ajudando à credibilização da arte musical enquanto agente social, económico e cultural, claro”, defende Ana Bacalhau, hoje artista em nome próprio, mas que, no passado, integrou projetos como Deolinda ou Lupanar.

Recuando ao passado, Bacalhau detém-se nas primeiras recordações da “secção ‘Pregões e Declarações’”, “uma espécie de comentários nas redes sociais, mas sob a forma de cartas que se enviavam à redação para esta publicar”. “Enquanto melómana, muita da informação que recebia sobre música nos anos 90, os anos da minha adolescência/ entrada na idade adulta, vinha do jornal”, acrescenta a artista, “ajudou a formar opinião e a encontrar nova música. Enquanto artista, ajudou a que o meu trabalho chegasse a mais público”.

“Que possa expandir-se, que possa mostrar o trabalho dos velhos e novos talentos de forma séria e rigorosa e que possamos celebrar a sua existência por muitos anos”, responde Ana Bacalhau, que este ano editou os singles ‘Fósforo’ e ‘Por Nos Darem Tanto’ e está neste momento a preparar o terceiro álbum de estúdio, quando questionada acerca daquilo que deseja da BLITZ daqui em diante.