As negociações para a venda do catálogo dos Pink Floyd à Sony Music estão a decorrer a bom ritmo, e poderão render aos atuais detentores da obra cerca de 400 milhões de euros, noticia o “Financial Times” esta sexta-feira.

Citando fontes próximas das conversações, o jornal escreve que o acordo tem sido dificultado pelos desentendimentos entre os músicos da banda, em particular David Gilmour e Roger Waters. Em entrevista recente à “Rolling Stone”, Gilmour admitiu que “livrar-se” do catálogo dos Pink Floyd seria “um sonho”, e não por motivos financeiros. Aos 78 anos, o músico garante que gostaria de se afastar do “lamaçal" em que esta questão se transformou, mas que o veto de uma das pessoas envolvidas, que não identificou, complicava o processo.

Depois de editoras como a Warner Music e a BMG terem mostrado interesse em adquirir um dos catálogos mais cobiçados da música popular, em 2022, a Sony Music parece estar bem posicionada para garantir os direitos de canções como ‘Wish You Were Here’ ou ‘Another Brick in the Wall’, avança o “FT”, citando fontes próximas do processo.

A Sony Music está também em negociações para comprar os direitos da obra dos Queen, depois de há três anos ter adquirido o catálogo de Bruce Springsteen por 500 milhões de euros, com o apoio da empresa Eldridge Industries. Bob Dylan e Neil Young são outros dos artistas que, nos últimos anos, venderam os direitos da sua música.

Além de David Gilmour, cujos representantes, contactados pelo “FT”, declinaram comentar a notícia, e de Roger Waters, cuja equipa não respondeu aos mesmos contactos, os Pink Floyd incluem ainda o baterista Nick Mason, bem como os herdeiros do teclista Richard Wright, falecido em 2008, e de Syd Barrett, um dos fundadores da banda, desaparecido em 2006. Também a Sony Music preferiu não comentar o alegado negócio em curso.