Um estudo recente atribuiu ao pintor inglês William Turner (1775-1851) uma pintura a óleo descoberta numa coleção privada em Viena, considerada desaparecida. A obra será colocada à venda, anunciou a galeria Artzwina.
A pintura é uma “irmã” de uma obra conhecida de Turner, intitulada Venice, seen from the Canale della Giudecca, with the Santa Maria della Salute Church, que pertence ao Victoria & Albert Museum, em Londres.
Segundo a galeria responsável pela investigação, foram feitas "múltiplas e exaustivas análises científicas e histórico-artísticas" que comprovam que a obra é do famoso pintor.
Contudo, a proveniência da pintura, com cerca de 60 por 90 centímetros, não está totalmente esclarecida.
"Estima-se que tenha sido na Áustria desde a década de 1950, e em qualquer caso existe um comprovativo de compra de 1980, de um anterior proprietário", informou o porta-voz da galeria, Andreas Jilly, à agência Efe.
Em 2005, um colecionador privado vendeu a obra ao atual proprietário, que, suspeitando que a peça poderia ser um Turner original, encarregou a galeria Artzwina de investigar.
O estudo de 50 páginas, publicado a 23 de outubro e intitulado "Joseph Mallord William Turner. Uma redescoberta", defende que apenas Turner poderia ser o autor da obra, provavelmente criada em 1840.
"Todas as análises científicas mostram que só pode ser uma pintura de Turner. É uma maravilhosa redescoberta de uma obra-prima em Viena", sublinhou Franz Smola, curador do museu Belvedere de Viena e um dos coautores da investigação, citado no comunicado de imprensa.
Turner visitou Viena pelo menos duas vezes, em 1833 e 1840, o que torna plausível que tenha realizado a pintura na capital do então império austríaco.
Além disso, análises da paleta de cores indicaram o uso de aureolina, um pigmento não documentado nas suas obras até agora, revelando novas facetas sobre o seu estilo.
"Esta é uma descoberta nova na investigação sobre J. M. W. Turner, que leva a uma ampliação da sua paleta e à necessidade de continuar a pesquisar as pinturas já conhecidas do artista", acrescentou.
O proprietário pretende vender a pintura no mercado internacional, mas ainda não decidiu onde, nem de que forma o fará.