Fernando Valente foi acusado pelo Ministério Público de ter matado Mónica Silva, a grávida da Murtosa que desapareceu a 3 de outubro do ano passado quando estava de sete meses de gestação. E são vários os crimes de que está acusado: homicídio qualificado, aborto, profanação de cadáver, acesso ilegítimo e aquisição de moeda falsa para ser posta em circulação.

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Químicos fortes foram usados para limpar apartamento

O MP diz que Fernando Valente matou Mónica Silva no seu apartamento na Torreira, uma acusação baseada numa testemunha-surpresa que contou ter sido contratada para limpar a habitação. Esta quinta-feira, 7 de novembro, o Correio da Manhã avança que este homem disse ter sido chamado pelo empresário para limpar ao pormenor o apartamento com hipoclorito de sódio e soda cáustica – químicos fortes usados para eliminar vestígios.

A acusação refere que a gravidez foi o motivo do crime. A namorarem há um ano, Fernando Valente e Mónica Silva mantinham uma relação em segredo a pedido dele, sendo que o empresário só descobriu a gravidez a 29 de setembro quando o feto já tinha sete meses.

E, em quatro dias, o empresário preparou o crime pois não queria que Mónica Silva e o bebé usufruíssem do seu património e dinheiro da sua família. Então, Fernando Valente terá feito um esquema de como se iria desfazer dos corpos, eliminar contactos com a vítima e vestígios da morte, para não ser descoberto.

No dia do crime, o empresário comprou um cartão pré-pago e marcou um encontro com Mónica Silva. Às 21 horas, a mulher disse aos filhos que ia ao café mas ia encontrar-se com Fernando Valente. Os dois foram para o apartamento na Torreira e terá sido então que aconteceu o homicídio.

Fernando Valente tentou ‘trocar as voltas’ para não ser suspeito

Consumado o crime, Fernando Valente levou a cabo a segunda parte do plano: desfazer-se do corpo e eliminar todos os vestígios da morte, bem como todas as trocas de contactos. Assim, tirou o corpo do apartamento e escondeu-o em parte incerta. Depois, desfez-se dos bens de Mónica Silva bem como de um tapete da sala.

Foi então que o empresário contratou o tal homem para fazer a limpeza profunda ao apartamento com hipoclorito de sódio, sendo que deixou regras específicas: teriam de começar a limpar num dos quartos e só depois avançavam para as restantes divisões e espaços comuns do prédio, algo que nunca antes tinha acontecido. Além do mais, proibiu a equipa de limpeza de mexer nas roupas femininas que estavam em cima em cima da cama.

E para desviar as atenções sobre si, Fernando Valente pegou no telemóvel de Mónica e enviou mensagens para outro homem a pedir que parasse com as ameaças, além de que apagou todos os contactos que ele e a companheira tinham mantido anteriormente.

O MP pede que o empresário dê 200 mil euros de indemnização aos filhos menores de Mónica Silva.

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Texto: Carolina Marques Dias Fotos: DR