A princesa Diana vivia sem tabus e, como tal, ligada ao oculto convidava para o palácio desde médiuns, a astrólogos e curandeiros procurando ainda médicos alternativos e recorrendo até à hipnoterapia. E o gosto passou para o filho mais novo: o príncipe Harry.

“No final dos anos 1980 e início dos anos 1990, ela andava com todo o tipo de pessoas”, disse um antigo funcionário do palácio a Sally Bedell Smith, autora de ‘Diana in Search of Herself: Portrait of a Troubled Princess’, citado pela edição norte-americana ‘Vanity Fair’.

Aliás, como é do conhecimento comum, entre os profissionais que acediam regularmente à vida privada de Lady Di estão a astróloga Penny Thorton, a vidente Betty Palko, que era espiritualista, o naturopata Roderick Lane, a médium Sally Morgan, a astróloga Debbie Frank, o clarividente Vasso Kortesis, a médium Rita Rogers e o curandeiro radiestesista homeopático Jack Temple.

“Dificilmente havia uma terapia que não tivesse experimentado”

“Diana era uma das pessoas mais inseguras que eu já tinha conhecido”, declarou Simone Simmons, amiga íntima de Diana. “Essa dor interior levava-a a procurar alívio e conforto de formas muito estranhas, e dificilmente havia uma terapia que, num momento ou noutro, ela não tivesse experimentado. Algumas eram indiscutivelmente benéficas, outras eram puro charlatanismo, algumas eram mesmo prejudiciais”, acrescentou ainda.

Mas as crenças de Diana ultrapassavam tudo isso: acreditava que a avó, a condessa Cynthia Spencer, cuidava dela a partir do mundo espiritual e garantia que, numa vida passada, tinha sido freira e uma antiga mártir cristã.

A antiga Princesa de Gales “tinha uma coleção de pedras rúnicas com símbolos inscritos que guardava num pequeno saco de pano. Sentava-se no chão, pedia-me para relaxar e para pensar no que estava à minha volta. Depois, ela própria escolhia as pedras rúnicas, espalhava-as no tapete (o que insistia em fazer), dizia-me para fechar os olhos e concentrar-me, e depois fazia uma leitura. Ficava muito contente quando as suas previsões se concretizavam, o que, confesso, acontecia sempre”, recordou ainda Simone Simmons.
O legado para Harry

No livro de memórias ‘Spare’, o príncipe Harry contou que visitou uma mulher com “poderes espirituais” para reencontrar a mãe. “Estás a viver a vida que ela não pôde viver”, terá contado a médium em jeito de mensagem de Diana, logo depois de o duque de Sussex de deixar as funções como membro sénior da casa real britânica.

Para que acreditasse, a mulher disse a Harry que Diana viu o pequeno Archie, o filho mais velho de Harry e Meghan Markle, a derrubar uma árvore de Natal e a partir um enfeite que tinha o formato da rainha Isabel II. “A tua mãe diz que se riu um pouco com isso”, contou Harry no livro, mostrando-se emocionado.

Texto: Maria Constança Castanheira; Fotos: Shutterstock e Reuters