Começou por várias questões pessoais - "quem era, o que fazia, quantos filhos tinha" - e prosseguiu com um pedido do número de telemóvel e um convite para jantar. Foi esta a experiência aterrorizadora de Sara Prata com um condutor do táxi em que seguia.

A atriz de 40 anos explicou que "viagem que devia ter sido de 20 minutos durou mais de 1h30 devido ao trânsito" e após o convite, que recusou, "foram mais 30 minutos de insistência". "Comecei a inventar chamadas, para evitar que a conversa continuasse. Mas este homem, olhando para mim de cima abaixo, observava-me e até me perguntava se eu estava com frio, por ir tão tapada (estava de vestido e decidi colocar o meu casaco a tapar as pernas, até porque o braço dele já estava demasiado próximo de mim) e insistia de novo e de novo num jantar ou num copo", recordou.


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"Eu estava presa no trânsito, no meio da Segunda Circular, não podia simplesmente sair e ficar na faixa de rodagem, e tinha a mala na bagageira. Decidi registar tudo. Um video da conversa em que se percebe a insistência dos convites, o registo profissional do condutor, a matrícula. Alterei o destino e fiquei longe para que ele não percebesse para onde eu ia na verdade. Foram minutos paralisantes. O sentimento de medo, de me sentir exposta, observada e intimidada ainda hoje não foi totalmente embora", contou.

Sara Prata destacou ainda que as mulheres vivem num "alerta constante": "Fomos e ainda somos, por vezes, meras presas que se veem obrigadas a travar este sentimento que só nós conhecermos", afirmou, referindo na legenda da publicação que recebeu "centenas ou talvez milhares de mensagens de partilha ou de apoio".