O lúpus eritematoso sistémico (LES) caracteriza-se por ser uma doença crónica e sistémica, uma vez que é capaz de afetar múltiplos órgãos, que pode frequentemente provocar crises e pode ainda manifestar-se sob a forma de nefrite lúpica (NL) – lesões nos rins e lesões progressivas noutros órgãos vitais -, revela a ADL em comunicado. Para além disso, é uma doença autoimune, na qual existe produção de auto anticorpos que podem causar lesões em qualquer órgão do corpo humano.
De acordo com a associação, os doentes com lúpus podem apresentar vários sintomas que podem variar ao longo do tempo, incluindo dores nas articulações provocadas por inflamação, fadiga extrema, febre sem motivo aparente e erupções cutâneas, suscetíveis de dificultar o correto diagnóstico desta doença.
Estima-se que pelo menos cinco milhões de pessoas a nível mundial sofram de LES e que 30 a 50% destes doentes desenvolvam NL no prazo de cinco anos após o diagnóstico. Por esse motivo, a ADL explica que o lúpus é uma doença que, se não for corretamente diagnosticada e adequadamente tratada, pode resultar em “efeitos devastadores na vida dos doentes e, em casos mais graves, pode até comprometer a sobrevivência destes”.
Apesar disso, nos dias de hoje já existem soluções, através de tratamentos biológicos, que permitem aos doentes viver com esta doença e ter um melhor prognóstico do que há uns anos, evitando, assim, a evolução da doença.
Nikita Khmelinskii, reumatologista do Centro Hospital Universitário Lisboa Norte (CHLN), afirma que “é importante que os doentes com LES estejam conscientes de que hoje em dia existem alternativas terapêuticas que permitem, nos casos indicados, evitar efeitos secundários desnecessários, reduzir o risco de lesões de órgãos vitais evitáveis e melhorar os resultados clínicos a longo prazo”.
A ADL revela que, de acordo com dados de um estudo que avaliou a prevalência de doenças reumáticas em Portugal (EpiReuma), existem cerca de 100 casos de LES por cada 100 mil habitantes.
Maria Catarina Mota da Silva, presidente da ADL, explica que “o LES não é uma doença totalmente esclarecida e é frequentemente conhecida pela ‘doença de mil faces’ devido às diversas manifestações clínicas que pode ter e que em muito dificultam o seu diagnóstico”. A especialista acrescenta que “é por este motivo que para os doentes já diagnosticados a utilização dos tratamentos inovadores disponíveis são a chave para manter a doença em remissão ou, pelo menos, evitar o número de agudizações”.
CG
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