Num novo Livro Branco, intitulado “Turning the Tide – Recommendations to increase cervical cancer screening in women who are under-screened” (Como inverter a situação atual – Recomendações para aumentar o rastreio do cancro do colo do útero em mulheres que não fazem rastreio), o Grupo de Consenso deixa recomendações de modo a “apoiar as mulheres que não fazem rastreio, aumentar as taxas de rastreio e combater as desigualdades na saúde”.
Para além disso, o grupo apela “à necessidade urgente por parte dos governos e das autoridades de saúde de abordar as taxas baixas e decrescentes de participação em rastreios do cancro do colo do útero em países de elevado rendimento com programas de rastreio estabelecidos”, sem esquecer as “iniciativas direcionadas para grupos de mulheres que não fazem rastreio, que têm origens desfavorecidas e que enfrentam desigualdades que as impedem de participar nas consultas de rastreio”.
No caso das mulheres que não fazem rastreios de forma regular, o ACCESS indica que estas correm um maior risco de desenvolver cancro do colo do útero, e que caso o mesmo lhes seja diagnosticado, que possa já estar em estado avançado quando for detetado.
Philippe Descamps, vice-presidente da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) e copresidente do Grupo de Consenso Internacional para o Cancro do Colo do Útero ACCESS, afirma que “ao passo que a vacinação proporciona uma proteção abrangente à população, o rastreio é a forma de prevenção com maior impacto à nossa disposição para reduzir o fardo do cancro do colo do útero nos próximos anos”. “É alarmante testemunhar taxas de participação subótimas em muitos países de elevado rendimento e uma ampla desigualdade entre mulheres que não fazem rastreio. As nossas recomendações abordam estes desafios de frente e fornecem um roteiro para a melhoria da acessibilidade aos serviços de rastreio, o que apoiará o caminho para a eliminação.”
De modo a aumentar a participação em rastreios do cancro do colo do útero e apoiar os objetivos de eliminação da doença, o Grupo de Consenso propõe algumas recomendações com base em evidências clínicas e deixa exemplos de boas práticas para melhorar os resultados, aumentando a participação em rastreios. Entre eles contam-se o “desenvolvimento de planos de eliminação do cancro do colo do útero a nível nacional até uma data definida”; a “implementação de iniciativas educativas que visam este objetivo e que sejam relevantes do ponto de vista cultural, de acesso à informação e de sensibilização”; ou a “melhoria do acesso a rastreios do cancro do colo do útero”, escreve o ACCESS.
Deve também ser fornecido “apoio aos profissionais de saúde no sentido de aumentar a participação em rastreios do cancro do colo do útero”; apoiar a “criação de grupos de defesa de pacientes com cancro do colo do útero e de coligações nacionais para a prevenção do cancro do colo do útero”; e “garantir a cobertura adequada das despesas com rastreios por parte dos seguros de saúde em todos os países de elevado rendimento”.
CG
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