O diretor do hospital Rafidia de Nablus, no norte da Cisjordânia, anunciou esta sexta-feira a morte de uma ativista norte-americana pró-Palestina, de 26 anos, que chegou ao centro hospitalar com um tiro na cabeça.

Segundo a agência de notícias oficial palestiniana Wafa, a jovem foi morta por tiros de soldados israelitas. Questionado pela agência de notícias AFP, o exército de Israel disse estar "ciente da informação" que circula sobre esse incidente, mas não fez outros comentários.

"Uma ativista norte-americana solidária (com os palestinianos) chegou ao hospital com um ferimento de bala na cabeça e nós declarámo-la morta por volta das 14:30, no horário local (12:30 em Lisboa), disse o médico Fouad Nafaa, diretor do hospital Rafidia.

Segundo a agência Wafa, o incidente aconteceu perto de Nablus, em Beita.

Na mesma cidade, em agosto, um outro ativista norte-americano disse ter sido ferido numa perna por um tiro de um soldado israelita durante uma manifestação contra os colonatos israelitas na Cisjordânia.

A agência Wafa diz que a ativista morta fazia parte de uma campanha de solidariedade internacional chamada "Fazaa", empenhada em proteger os agricultores palestinianos da violência dos colonos judeus nessa área, considerados ilegais pela ONU.

Israel está a ocupar a Cisjordânia desde 1967 e constrói, desde então, colonatos para os seus cidadãos.

Desde o início da guerra na Faixa de Gaza entre o exército israelita e o Hamas, a 7 de outubro, desencadeada por um ataque do movimento islamista, a violência entre os palestinianos, de um lado, e o exército e os colonos israelitas, de outro lado, intensificaram-se na Cisjordânia.

Pelo menos 661 palestinianos foram mortos por fogo de soldados ou colonos israelitas na Cisjordânia, segundo dados do Ministério da Saúde palestiniano, e pelo menos 23 israelitas, incluindo soldados, morreram em ataques palestinianos ou em operações militares, segundo dados oficiais israelitas.