No próximo ano temos eleições autárquicas. Será a sua oportunidade para conseguir a maioria absoluta?
Eu acho que os políticos não deviam estar sempre a projetar o futuro. Ainda tenho um ano de muito trabalho pela frente e é nisso que estou concentrado. Quando chegar a altura, que não será nos próximos tempos, podemos pensar no futuro, mas neste momento ainda estamos muito longe desses dias. Tenho muito que fazer e estou focado no meu trabalho como presidente da Câmara.

Mas será candidato?
No momento certo, falaremos nisso. Até lá continuarei a trabalhar com o presidente da CML. Eu nunca tomarei decisões antes do tempo, até porque não gosto de estar sempre na projeção do futuro. Eu vivo no presente e o presente é este meu trabalho diário, em que estou empenhado.

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E não tem nada a dizer sobre os nomes que se têm perfilado como possíveis candidatos dos partidos da oposição?
Eu até acho estranho que se fale em tantos nomes tão cedo. Mostra algo de que eu acho que os lisboetas não gostam, que é esta política de estar sempre só a pensar em quem vai ser, quem virá... Eu acho que não é o momento, mas eles saberão. As eleições são em setembro/outubro de 2025. Se o tema começar agora a ser as autárquicas, isso vai ter efeito sobre o trabalho da autarquia, começará tudo a entrar em campanha eleitoral. Eu não estou em campanha, estou a desempenhar funções. Não vou alimentar o tema. Só acho que a oposição devia estar concentrar-se na sua tarefa, e não estar a escolher nomes para o futuro. Ainda estamos em 2024...

Se o tema começar agora a ser as autárquicas, isso vai ter efeito sobre o trabalho da autarquia, começará tudo a entrar em campanha eleitoral. Eu não estou em campanha, estou a desempenhar funções.

Ainda podemos ter legislativas antes das autárquicas?
O importante aí é o Orçamento (do Estado) e eu posso ajudar, modéstia à parte, com alguns conselhos sobre como se consegue aprovar orçamentos em minoria. Foi a minha dinâmica nestes anos (risos). Só comento uma coisa sobre isso: os portugueses estão cansados desta política, não querem eleições, querem viver num país estável. Não haver orçamento teria um efeito terrível para o país e parece-me que se um partido provocasse eleições nessa altura pagaria um grande preço, o preço da revolta dos portugueses — que não querem ir para eleições.

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