Durante o primeiro confinamento geral, a casa de Pedro e Patrícia foi escola, museu e creche. Ele é técnico superior de História no Museu de Portimão, ela é professora e têm dois filhos em idade escolar. “A minha mulher ficava com a mais velha, que estava a acabar o 4.º ano, no escritório. Eu ficava com o mais novo na sala, a fazer o meu trabalho, mas também a tentar puxar por ele. Estava no último ano do pré-escolar, mas também a precisar de desenvolver as suas rotinas”, conta ao SAPO Pedro Branco, que entretanto já esteve também em teletrabalho sozinho, enquanto a mulher e os filhos estavam nas respetivas escolas.

Agora, com este novo fecho das escolas, “vai ser uma roda livre cá em casa”.

“Vai ser diferente, o mais novo já entrou na escola primária e vamos ter de nos organizar muito bem para ele não perder as coisas. Ainda não sabemos muito bem os moldes, mas se voltar o ensino em casa, vamos ter de nos articular e provavelmente voltamos a este esquema de dois mais dois”.

 Pedro Branco em teletrabalho enquando acompanha as atividades do filho mais novo
Pedro Branco em teletrabalho enquando acompanha as atividades do filho mais novo Pedro Branco em teletrabalho enquando acompanha as atividades do filho mais novo

Em março, um quinto dos trabalhadores mundiais fez das suas casas novos locais de trabalho. Ligações remotas ao escritório, telefones fixos encaminhados para os móveis, muitas chamadas e ainda mais videochamadas; Zoom, Teams, Skype e tantos outros tornaram-se ferramentas diárias de trabalho.

“Assim que a empresa percebeu o que se estava a passar, deu ordem para levar tudo. Vi colegas que tinham o computador de torre e levaram computadores inteiros para trabalhar de casa”, conta João Pereira, de Cascais, coordenador técnico numa empresa de instalações de fibra óptica. Habituado a gerir equipas de norte a sul do país, estar remoto não trouxe uma dificuldade acrescida ao seu trabalho, mas “uma coisa é ficar em casa um dia ou outro por opção, outra coisa é ficar por obrigação permanentemente”.

Para Pedro, a vantagem do teletrabalho é clara: “Tenho mais flexibilidade em termos de horários, que é usada sobretudo na gestão da vida familiar. As crianças tinham as atividades e por vezes tinha esta flexibilidade para ir buscá-las à escola ou levá-las aos treinos. Às vezes, levava o portátil e ficava no café ao lado do pavilhão a trabalhar. Depois, à noite, se calhar voltamos ao e-mail para adiantar alguns assuntos, mas permite-me ter mais disponibilidade para a vida pessoal”.

Mas se há quem goste desta flexibilidade, há quem prefira uma separação física entre o que é a vida pessoal e a profissional e é por isso que João, mesmo com a possibilidade de ficar em teletrabalho,  em maio – assim que pôde deixar o filho de dois anos na creche –, optou muitas vezes por ir à empresa: “Não estava lá ninguém. Estava o porteiro no rés-do-chão e eu no terceiro piso.” Em casa, divide a sala com a mulher, que se mantém em teletrabalho desde março.

Mas, com o fecho das creches, João afirma: “Vai ser o descalabro. Vai ser um de nós à vez a tomar conta dele e trabalhar nas pausas para a sesta ou durante a noite.”

João diz que a sala passou a ser o escritório de ambos e que era complicado dividir este espaço: “O teletrabalho gera muitas chamadas e, quando se partilha o espaço com uma pessoa de uma área completamente diferente, o teu trabalho passa a ser o ruído da outra pessoa”, explica.

João Pereira no seu escritório improvisado na sala de jantar
João Pereira no seu escritório improvisado na sala de jantar João Pereira no seu escritório improvisado na sala de jantar

“Havia muitos assuntos que se resolviam sem ser preciso muita coisa, agora é preciso um telefonema, tem de se marcar uma reunião e depois ver a disponibilidade para falar desse assunto, etc.”, conta João.

Mafalda Pinheiro, Bussiness Manager da kununu, da New Work Portugal, uma empresa de Tecnologias a operar em Matosinhos, também reforça esta opinião: “No início, havia muitas reuniões, havia aquela sensação de não querer perder alguma coisa e a necessidade de estar constantemente em contacto, foi cansativo – a tal Zoom Fatigue de que tanto se fala. Agora, o cansaço psicológico prende-se mais com a rotina, de estarmos em casa, sempre em casa, não há novidades, não vemos pessoas diferentes no metro, ou alguma imprevisibilidade.”

Aulas de Yoga e Tai Chi e o portátil sempre à mão

O trabalho de Mafalda prende-se sobretudo com a gestão de Recursos Humanos e nesta empresa há a preocupação de oferecer às equipas as ferramentas necessárias para uma boa relação entre o que é a vida pessoal e a profissional.

“Usamos uma ferramenta interna na qual preenchemos o nosso estado de espírito nessa semana. Um dos tópicos que naturalmente tem tido menos cotação é o balanço de vida pessoal com profissional – as pessoas têm muita dificuldade em desligar. Temos muitos colegas que são solteiros e vivem sozinhos e têm essa dificuldade porque têm o computador sempre à mão. A empresa não controla horários nem de início nem de fim, o horário é 100% flexível”, explica a gestora de RH.

“Mensalmente, há um dia em que fazemos jogos online; todas as sextas-feiras, ao início da tarde iniciamos com um coffee break remoto, nem que seja para falarmos do que vamos fazer no fim de semana. Esta semana, na nossa reunião anual, que resolvemos fazer de forma online, além de falarmos dos objetivos anuais da empresa, introduzimos atividades físicas, com aulas de Yoga e de Tai Chi. Já tivemos também aulas de culinária ou para aprender a cuidar de plantas e também há a possibilidade de ter aulas de inglês ou alemão, tudo durante o horário de trabalho, para haver momentos de pausa”, explica Mafalda.

Mafalda Pinheiro em teletrabalho com o seu companheiro Marley
Mafalda Pinheiro em teletrabalho com o seu companheiro Marley Mafalda Pinheiro em teletrabalho com o seu companheiro Marley

Seja em frente à máquina de café, como acontece nas empresas mais convencionais, ou a jogar PlayStation, nestas empresas mais tecnológicas, é natural haver momentos de convívio entre os trabalhadores. “Neste momento, as interações cingem-se a tópicos de trabalho. No escritório, quando havia os momentos de pausa, partilhávamos experiências pessoais, se alguém vai mudar ou comprar casa, ou ter um filho, se um familiar está doente, além de se trocarem dicas que facilitam o dia a dia de cada um, esta partilha também cria empatia pelo outro. O colega pode precisar de mais tempo ou espaço e estes vínculos podem contribuir para criar melhores dinâmicas de trabalho”, conclui a gestora de Recursos Humanos.

A falta de contacto humano é também a desvantagem apontada por Pedro: “Temos muito bom espírito de equipa no museu, damo-nos muito bem e isso é muito bom enquanto se trabalha, acho que se nota nas atividades que fazemos para fora e isso faz alguma falta.”

Mafalda voltou ao escritório na altura do verão, tal como alguns colegas da empresa. O uso obrigatório das máscaras afastou a vontade de outros. Mas para esta gestora de Recursos Humanos o regresso foi “muito importante” para dividir espaços e conseguir desligar-se na distância entre a sua casa e o trabalho. Acabou por criar um escritório na nova casa e tenta desligar-se ao fechar a porta desse cómodo, diz que vai dar mais importância à alimentação e aos horários para manter as suas rotinas.

Pedro também chegou a voltar ao museu e a trabalhar por turnos. Sentiu alguma pressão dos órgãos governativos para que a normalidade fosse reposta e isso implicou um regresso ao local de trabalho. Nessas voltas, e para evitar aglomerados de pessoas, Pedro trocou o espaço que dividia com mais três pessoas e tem agora o próprio gabinete à espera que se possa regressar ao trabalho.

Em Cascais, João não tinha o convívio com os colegas, mas garantia a privacidade para trabalhar e recorda o desconfinamento como algo muito positivo na sua rotina: “Deixava o meu filho na creche, tomava o café da máquina, ia almoçar fora e ao ginásio e recuperar um pouco as rotinas, foi muito bom.”

Sopas e descanso em vez de autoestradas e stress

Para muitos, as rotinas de ida e regresso do local de trabalho traduzem-se nesta divisão entre os seus papéis profissionais e pessoais, mas para outros, são caminhos de stress. Catarina Vasconcelos vive em Espinho e trabalha em Matosinhos, na equipa de Marketing Digital do Continente. “Antes da pandemia, já se tinha implementado um dia facultativo de teletrabalho por semana e eu estava a usufruir desta medida”, explica. “Apesar de não ser uma distância assim tão grande, a verdade é que o trânsito que apanhava diariamente, tanto de manhã como ao final do dia, era desgastante”, conta Catarina, mãe de um bebé de 15 meses.

Catarina Vasconcelos
Catarina Vasconcelos Catarina Vasconcelos trabalha a partir da sua casa em Espinho

A pandemia apanhou-a no fim da licença de maternidade e é perentória a afirmar: “Mais do que nunca, o teletrabalho faz todo o sentido e é sem dúvida uma mais-valia para mim. Sinto-me uma privilegiada. Posso continuar a trabalhar, sem sobressaltos, e ainda consigo ter mais tempo para estar com o meu filho ao final do dia.”

Segundo Catarina, o teletrabalho permite-lhe conciliar muito melhor a vida profissional com a vida pessoal. “Por exemplo, durante a hora de almoço posso adiantar as sopas da semana para o bebé ou terminar o horário de trabalho e ir ter com ele em apenas cinco minutos, porque o posso deixar com a minha mãe, em vez de demorar mais de uma hora para o ir buscar”, explica.

Com mais ou menos vantagens, têm encontrado formas de gerir o teletrabalho de forma a tirar proveito de algumas contrapartidas. Mesmo João, que prefere ir ao escritório, relembra o grande motivo e a necessidade deste regime – “consigo manter um isolamento de tudo o que é foco de risco”.

O medo: do vírus, dos chefes e do desemprego

“Tal como sucedeu durante os meses de março e abril, o teletrabalho é imposto sem necessidade de acordo entre entidade patronal e trabalhador", disse o primeiro-ministro na passada quarta-feira, ao mesmo tempo que duplicou o valor das coimas por incumprimento. Mas nem todas as pessoas que acreditam que podem trabalhar a partir de casa estão a fazê-lo.

É o caso de Henrique (nome fictício), que trabalha no atendimento telefónico numa agência bancária da região norte, ou de Lídia (também nome fictício), que trabalha numa agência de publicidade da região de Lisboa. Áreas de trabalho e geografias diferentes, mas uma história comum: poderiam estar em teletrabalho, mas não estão. Estão a expor-se ao vírus, a contornar as leis e descontentes por não estarem protegidos nem a partilharem a experiência global que exige o teletrabalho.

Comecemos a norte e por março: Henrique trabalhava ao balcão de uma agência e “estava aterrorizado”. Começou a ver “uns colegas a meterem baixa, outros a irem para casa em apoio à família”, e ele, novo no banco, e sem ser pessoa de risco, cedo percebeu que não iria trabalhar a partir de casa.

“Não tinha nenhum motivo plausível para ficar em teletrabalho”, explica. Numa localidade pequena, o banco, por ser dos poucos sítios que se encontrava aberto, era o ponto de encontro de uma população maioritariamente idosa. “Fomos das últimas sucursais a ter o acrílico e nem usávamos máscaras no início”, conta.

COVID-19
COVID-19 Alguns colegas de Henrique conseguem trabalhar de casa, outros continuam a ir ao escritório créditos: Pixabay

O medo deu lugar à rotina e foram reforçadas as formas de prevenção no seu local de trabalho, mas, entretanto, Henrique passou para uma função de atendimento telefónico – “fazemos todos os serviços que se fazem ao balcão, mas de forma telefónica”, explica.

“Não atendemos clientes presencialmente, logo o teletrabalho é possível. Uma colega teve COVID-19 e está há mais de dois meses a trabalhar de casa. Outra colega, que tem de usar transportes públicos para se deslocar, pediu teletrabalho e foi permitido... Eu acho que o mais lógico seria alguns de nós irmos para teletrabalho, mas nada é dito e eu percebo que as chefias não gostam”, conta.

“Somos incentivados a fazer pausas para apanhar ar, mas o ambiente é pesado por causa dos ares condicionados, não abrimos as janelas e temos de estar sempre de máscara e a desinfetar as mãos.” Na verdade, o que Henrique gostaria é que lhe fosse perguntado se preferia ir para casa e argumenta: “Há alguma desconfiança em relação à produtividade. Nós conseguimos saber a produtividade uns dos outros, há dias que correm melhor e outros pior, mas isso tanto acontece no escritório como em casa...”.

Henrique vai continuar a trabalhar presencialmente. “Eu sei que o trabalhador pode exigir ficar em casa, mas sou novo e não sei o que me poderia acontecer...”.

Brainstormings sem cerveja, telefonemas noite dentro e Natal em teletrabalho

Já mais a sul, Lídia, acaba de ser despedida, coincidentemente, após ter feito denúncia na Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) por, entre outros temas, não ter sido aceite o seu pedido de teletrabalho, mesmo com atestado médico que provava estar em maior risco caso fosse vítima da COVID-19.

No início da pandemia, “correu tudo muito bem” e a empresa mandou toda a gente para casa. Boa faturação e prémios de criatividade indicavam que o trabalho poderia ser feito eficaz e eficientemente à distância. Mas um diretor pressionava para o regresso ao trabalho presencial. Aconteceu em setembro: por turnos, uns ficavam em teletrabalho e outros em casa.

“Isto só prova que se pode trabalhar remotamente”, argumenta Lídia, e por isso deduziu que, com o regresso da obrigatoriedade do teletrabalho, ela também regressaria à sua casa. Mas não foi isso que aconteceu. O chefe argumenta que o trabalho criativo requer a presença física de todos e que os brainstormings têm de ser feitos em determinado local. “Em teletrabalho ligava às pessoas e discutíamos ideias por telefone. Há uma sala para esse fim e é verdade que, antes da pandemia, às vezes íamos ao café beber uma cerveja e ficávamos horas a discutir ideias, mas isso nem sequer é ambiente de trabalho”.

Apresentou a declaração médica e pediu para ficar em casa. “Mas não me deixaram, nem a mim nem a ninguém. Eu perdi um bocado a cabeça e fiz queixa à ACT. Disto e de outras coisas, como os horários de trabalho, por exemplo: não se tem hora de saída nem fins de semana.”

Conta que o abuso nos horários de trabalho era algo que já acontecia normalmente, mas que “com o teletrabalho piorou brutalmente”. “No último mês, eu não tive fins de semanas, nem feriados nem tão-pouco a manhã do dia 25 de dezembro”, conta Lídia, que assume que independentemente de o ritmo ter sido muito alto o teletrabalho é exatamente o que quer, mas adianta também: “Tem de haver regulamentação, não pode ser ligarem-me às 22h00 ou 23h00 com trabalhos que não estão predefinidos e com as urgências de ‘tem de ser feito, tem de ser feito’”.

Ainda no início no mês, a ACT já tinha detetado incumprimentos em 738 empresas. O Governo avisa que a fiscalização continua a apertar, mas no caso da empresa de Lídia “foi lá um inspetor, viu que estavam pessoas a trabalhar mas ninguém foi mandado para casa”.

Lídia não tem como provar, mas não deixa de achar estranho que o seu contrato não tenha sido renovado após ter feito a denúncia anónima para a ACT. Vai pela primeira vez pedir o subsídio de desemprego e diz-se “um bocadinho assustada” por um lado, mas, por outro, com vontade de ­refazer a sua carreira de forma a apostar em trabalhos freelance. O grande objetivo seria trabalhar de casa: “só vejo vantagens, sou mais produtiva, mais concentrada e sinto-me muito mais feliz”.

Futuro em modelo misto e mais verde

“Isto tem de ser o futuro, não é só a nível pessoal para quem gosta ou não, para o mundo é evidente; diminuem as deslocações para o trabalho, não precisa de viver tanta gente nas cidades”, acrescenta Lídia, que acabou por conseguir passar grande parte do verão em casa dos pais em frente à praia: “Ao fim da tarde saía para dar um mergulho ou comer um gelado e isso é uma grande qualidade de vida.”

Um estudo recente afirma que mais de 60% dos inquiridos gostaria de manter o teletrabalho, num futuro próximo, pelo menos em parte, com 51% a preferir um modelo misto.

Trabalho
Trabalho O modelo misto, com alguns dias em teletrabalho e outros no local, parece ser o modelo que agrada à maioria créditos: Pixabay

A política de trabalho pós-COVID-19 já está montada na kununu. “Estabelecemos uma política mobile office 50/50. É expectável que os colaboradores estejam 50% do tempo no escritório e 50% remotos”, explica Mafalda. “Ainda temos de repensar porque sei que há colegas que estão à espera de se manter 100% remotos, mas acho que grande parte dos colegas também têm a expectativa, nem que seja duas vezes por semana, de estarem todos juntos.”

Essa é também a sua expectativa: “Vejo-me a ficar em casa quando tenho mais tarefas administrativas porque não tenho as distrações do escritório. Sou a favor da maior flexibilização do trabalho remoto, mas não do fecho total dos escritórios – é necessário este contacto com o outro.”

Catarina, já desde antes da pandemia que aproveitava o dia de teletrabalho por semana que a Sonae possibilitava aos trabalhadores; agora com um bebé, “o teletrabalho total seria o ideal, com idas pontuais ao escritório”. Ainda não tem conhecimento do plano para o futuro, mas espera que seja adotado um regime misto.

João, que já tinha esta flexibilidade e isenção de horário, acredita que vai continuar no mesmo registo – ficar em casa ou ir ao escritório quando assim lhe convém, mas acredita que “muitas empresas vão deixar de ter espaços físicos porque perceberam que se calhar a eficiência das pessoas aumentou muito mais do que seria de esperar, por outro lado, há outras funções em que faz sentido as pessoas estarem no escritório”.

Também Henrique é a favor da flexibilidade: “Sei de bancos noutros países que já têm regimes mistos. Eu gosto da rotina de sair e ir para o banco, mas se pudesse escolher, optaria por poder ficar um dia ou outro em casa”.

Antes da pandemia, Pedro já tinha um acordo com o museu em que, no dia dos treinos dos filhos, entrava mais cedo para poder sair mais cedo e ter tempo para as deslocações com os miúdos.

“Acho que o importante é haver resultados, e se possível, no futuro, não haver o melindre de ficar em casa.”

Agora, “vai ser preciso gerir melhor as coisas”.  Antevê, Pedro, que não vai conseguir estar tão focado no trabalho como quando estava sozinho em casa. Esta gestão familiar não se avizinha fácil, mas há tranquilidade na forma como os filhos lidam com o vírus e com o facto de ficarem em casa: “Sentem falta do convívio social, mas percebem, se calhar melhor do que muitos adultos, que o confinamento é um mal necessário para que as coisas possam melhorar”.