"Neste momento estão todos dominados. Está tudo já a ficar resolvido. Temos algum pessoal a vigiar o rescaldo nalguns pontos quentes, mas se calhar durante a noite fica tudo mais descansado", disse à Lusa Artur Mota, comandante sub-regional da Proteção Civil do Alto Tâmega e Barroso.

De acordo com o responsável, para este desfecho contribuíram "as condições meteorológicas, apesar de ainda não estar a chover".

"Já se faz sentir alguma humidade e a temperatura também já baixou bastante", acrescentou.

As equipas que estiveram no combate ao incêndio estão já a ser retiradas, "para descansar aquelas que estiveram mais ativas", mas mantendo "sempre pessoal no local" a vigiar, afirmou.

Em Sabroso de Aguiar, pelas 23:10, o incêndio em resolução contava com 108 operacionais e 35 meios terrestres no terreno, ao passo que a reativação de Vreia de Jales e Quintã, também em resolução, contava com 34 operacionais no terreno e nove meios terrestres.

O alerta para o primeiro incêndio em Vila Pouca de Aguiar foi dado pelas 07:30 de segunda-feira, em Bornes de Aguiar, e a situação foi-se agravando ao longo do dia, com mais três fogos em Sabroso de Aguiar, Telões e Vreia de Jales, com as chamas a manterem-se ativas até hoje.

O incêndio de Bornes de Aguiar estava hoje às 23:10 em fase de conclusão, com 28 operacionais no terreno e também nove meios terrestres.

Cerca das 20:00, a presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar disse que hoje se viveu uma tarde de sobressalto com as várias reativações registadas no concelho.

"A partir aproximadamente das 16:30 voltámos a este filme de terror. Em cada sítio que estamos começa uma frente de incêndio e este sobressalto outra vez quando se aproxima das localidades e das casas", afirmou Ana Rita Dias.

A autarca falava à agência Lusa em Raiz do Monte, aldeia que viu aproximar-se uma das frentes da reativação do fogo de Vreia de Jales, enquanto uma outra seguiu para Quintã.

Um relatório preliminar indica que os incêndios que deflagraram no concelho de Vila Pouca de Aguiar na segunda-feira queimaram uma área de cerca de 8.000 hectares de floresta, mato e propriedades agrícolas.

Ardeu uma habitação em Zimão, deixando um idoso desalojado, foram também atingidas cinco casas devolutas, vários armazéns agrícolas, um armazém industrial e uma estufa.

Sete pessoas morreram e 161 ficaram feridas devido aos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e sexta-feira dia de luto nacional.

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