Em Israel, milhares de pessoas saíram à rua este domingo para exigir ao Governo de Benjamin Netanyahu um acordo com o Hamas que permita libertar os cerca de 100 reféns que se mantém na Faixa de Gaza.
Esta não é a primeira vez que há protestos do género, mas este domingo as manifestações intensificaram-se depois do confirmação de mais seis refens encontrados mortos em Gaza.
Só em Telavive terão estado esta noite nas ruas cerca de 280 mil pessoas. Os manifestantes bloquearam uma das principais autoestradas da cidade e acenderam fogueiras nas estradas. A polícia respondeu com canhões de água.
Os manifestantes exigem a demissão de Netanyahu e acusam o primeiro-ministro de estar a prolongar a guerra e a atrasar um acordo de paz.
Para amanhã está já marcada uma greve geral, a primeira desde 7 de outubro.
Autópsia revela que reféns morreram baleados
O Instituto Nacional de Medicina Legal de Israel informou este domingo que os seis reféns que estavam na posse do Hamas e foram encontrados mortos na noite de sábado na Faixa de Gaza foram "assassinados" com "vários tiros".
"Os seis reféns foram mortos por terroristas do Hamas com vários tiros disparados à queima-roupa", afirma o Ministério da Saúde israelita.
O exame forense, acrescenta, concluiu ainda que a morte dos quatro homens e duas mulheres terá ocorrido cerca de 48 a 72 horas antes da perícia, ou seja, entre quinta-feira e a madrugada de sexta-feira.
A conclusão do exame, refere a agência EFE, contraria as recentes afirmações do movimento islamita palestiniano Hamas, de que os seis reféns tinham morrido na sequência de bombardeamentos.
O exército israelita confirmou ainda que os corpos recuperados sábado à noite num túnel no sul de Gaza eram de seis reféns que tinham sido raptados pelo Hamas no ataque de 7 de outubro contra Israel, e que provocou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
Atualmente, ainda há 97 reféns em Gaza, mas estima-se que um terço destes já tenha sido morto.
Segundo o porta-voz militar israelita Daniel Hagari, os seis reféns teriam sido mortos pelo Hamas pouco antes de as forças os alcançarem.
Já o Hamas culpou hoje Israel e os Estados Unidos, seu principal parceiro e fornecedor de armas, pela morte dos reféns, afirmando que foram mortos por "bombardeamentos" israelitas.