A administração de Joe Biden acedeu a um dos pedidos de Kiev: o uso de mísseis de longo alcance para atingir alvos dentro de território russo. A informação foi avançada pelo The Washington Post que contactou dois oficiais norte-americanos.

De acordo com o jornal norte-americano, a decisão da administração do atual presidente dos EUA está ligada às últimas ações da Coreia do Norte que destacou 10 mil oficiais para Kursk, uma região da Rússia que faz fonteira com a Ucrânia. O objetivo de Kim Jong-un passa por reforçar as forças russas e conquistar de volta o território que foi ganho pela Ucrânia nos últimos meses de conflito.

Já do lado norte-americano, segundo uma das fontes do The Washington Post, espera-se que a utilização destas armas possa desmobilizar a Coreia do Norte de enviar ainda mais tropas para o território russo.

As armas norte-americanas que as tropas ucranianas passam a ter acesso são mísseis guiados supersónicos com um alcance até aos 300 quilómetros. Em Kiev, já se tinham multiplicado os pedidos para utilizar estas armas para responder aos ataques russos, contudo só agora chegou a tão esperada permissão por parte dos EUA.

Elon Musk ironiza com condições de Zelensky para negociações com Rússia

Numa altura em que o mundo ainda observa as consequências da reeleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, as incertezas maiores centram-se na Ucrânia e na manutenção do apoio norte-americano ao país invadido pela Rússia. Um dia após Volodymyr Zelensk dizer que a guerra iria “acabar mais cedo” com a administração republicana, Elon Musk veio ironizar as afirmações do presidente da Ucrânia em relação às negociações para a paz com a Rússia.

O empresário nomeado para gerir um departamento para aconselhar Trump, desvalorizou as declarações de Zelensky quando este dizia que os EUA não podem forçar a nação a "sentar e ouvir" nas negociações e que a Ucrânia é um “país independente”, numa entrevista à Rádio Ucraniana. "O seu sentido de humor é maravilhoso", respondeu Elon Musk numa publicação na rede social X (da qual é dono) com uma uma hiperligação para uma notícia da BBC, de 2021, que referia que Zelensky era um comediante antes de entrar para a política.

Sem certezas sobre a posição que Trump irá ter em relação ao apoio à Ucrânia, estas declarações de Elon Musk podem aumentar os nervos dos dirigentes ucranianos e contribuir para azedar as relações entre os EUA e Kiev.

Desde a campanha eleitoral para a presidência dos EUA que Elon Musk se aproximou de Donald Trump tornando-se numa presença comum nos eventos republicanos. Com a vitória de Trump, o dono da Tesla foi convidado para liderar, em conjunto com o empresário Vivek Ramaswamy o futuro Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla inglesa), que visa conseguir cortes drásticos nos gastos públicos do Governo federal.

Olaf Scholz reafirma total apoio da Alemanha à Ucrânia

Sob fogo após ter feito uma conversa telefónica com Vladimir Putin, o chanceler alemão veio reafirmar o total apoio à Ucrânia e garantir que nenhuma decisão sobre a guerra será tomada sem ter em conta a opinião do regime de Kiev. “A Ucrânia pode contar connosco”, vincou Olaf Scholz, no aeroporto de Berlim, antes de voar para a cimeira do G20 no Rio de Janeiro, no Brasil, este domingo.

A Ucrânia "está a defender legitimamente as suas independência e soberania", vincou o chanceler da Alemanha, que tem sido o segundo maior fornecedor de armas a Kiev desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022 (o primeiro são os EUA).

Com várias vozes internacionais a criticarem o contacto com o Kremlin após dois anos de silêncio – incluindo Zelensky –, o chanceler alemão fez questão de voltar a defender as suas ações. “Foi importante para lhe dizer que não deve contar com o esmorecimento do apoio à Ucrânia por parte da Alemanha, da Europa e de muitos outros pelo mundo”, justificou Scholz. Ao mesmo tempo, assinalou que o telefonema serviu para "constatar que o Presidente russo não mudou de opinião sobre a guerra, o que não é uma boa notícia".

Durante a chamada telefónica, Putin disse ao chanceler alemão que a proposta de paz para a Ucrânia deverá ter em conta “novas realidades territoriais”, exigindo que Kiev abdique das regiões ocupadas por Moscovo. Scholz, por seu lado, instou Putin a retirar as tropas da Ucrânia e a negociar com Kiev, segundo um comunicado do Governo alemão.

Este domingo, juntou-se um novo crítico às ações do dirigente alemão: o primeiro-ministro polaco. "Ninguém vai travar Putin com telefonemas", escreveu Donald Tusk na rede social X. "O ataque [russo] na noite passada, um dos maiores desta guerra, provou que a diplomacia por telefone não pode substituir um verdadeiro apoio de todo o Ocidente à Ucrânia", sublinhou.

Outras notícias:

⇒ Uma centena de pessoas juntaram-se na Praça do Comércio, no Porto, em solidariedade com os ucranianos numa manifestação para marcar o milésimo dia desde o início da invasão russa da Ucrânia. A ação foi dinamizada pela Associação dos Ucranianos em Portugal (Spilka) e contou com a presença de vários ucranianos que estão a residir em Portugal. Com bandeiras da Ucrânia atadas nas costas, várias pessoas exibiram cartazes pelo fim da invasão russa, pela investigação dos crimes de guerra cometidos pelos russos e pela manutenção do apoio europeu e internacional.

⇒ A Ucrânia vai aplicar “medidas restritivas” ao consumo de eletricidade em todo o seu território na segunda-feira, após o ataque da Rússia que danificou gravemente a sua infraestrutura energética, anunciou hoje o Ministério da Energia. “Amanhã, 18 de novembro, todas as regiões serão obrigadas a aplicar medidas de restrição de consumo” devido aos “danos causados às instalações elétricas durante o ataque massivo de mísseis e drones”, escreveu o ministério num comunicado nas redes sociais. A rede energética da Ucrânia, já muito frágil, teve de enfrentar hoje um dos mais significativos ataques russos dos últimos meses, uma ofensiva que causou nove mortos e cerca de 20 feridos em todo o país, segundo as autoridades.