O Partido Democrático Liberal (LPD), do primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba, perdeu hoje, pela primeira vez desde 2009, a maioria na câmara baixa parlamentar nas eleições gerais, segundo projeções da emissora estatal NHK divulgadas depois do encerramento das urnas.

As projeções não esclarecem ainda se o LPD e o seu atual parceiro governamental, o partido budista Komeito, de centro-direita, obterão votos suficientes para conquistar o mínimo de 233 lugares que lhes permitiriam manter-se no poder.

Um tal resultado seria praticamente inédito na história do LDP, que conseguiu manter-se no poder durante quase todos os seus 69 anos de existência - mas cujo escândalo financeiro está a provocar a ira dos eleitores.

A taxa de participação às 18:00 (09:00 GMT) de domingo, duas horas antes do encerramento das urnas, era de 29%, ligeiramente inferior aos 31,6% registados à mesma hora nas últimas eleições legislativas de 2021, segundo o Ministério do Interior.

MANAMI YAMADA

Cerca de 20% dos recenseados também recorreram ao voto antecipado.

Shigeru Ishiba, 67 anos, convocou as eleições antecipadas pouco depois de se tornar primeiro-ministro, em 01 de outubro, na esperança de beneficiar de um estado de graça para consolidar o seu poder, prometendo aos eleitores "um novo Japão", com um programa de reforço da segurança e da defesa, de aumento do apoio às famílias com baixos rendimentos e de revitalização do mundo rural japonês.

No entanto, o LPD está a lutar contra um escândalo político e financeiro, que já tinha contribuído para a impopularidade do anterior Primeiro-Ministro, Fumio Kishida, uma vez que várias dezenas de membros estão a ser punidos internamente por não terem declarado o equivalente a vários milhões de euros, recolhidos através da venda de bilhetes para noites de angariação de fundos.