O Kremlin acusou as autoridades ucranianas de brincarem com o fogo, um dia depois de as forças russas terem afirmado que intercetaram um drone ucraniano perto da central nuclear de Kursk. Alguns meios de comunicação social noticiaram também que um incêndio ocorreu a vários quilómetros de distância.

"Kiev continua a brincar com o fogo, e vamos naturalmente levar isso à atenção dos representantes da Agência Internacional de Energia Atómica [o organismo de vigilância nuclear da ONU]", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos jornalistas.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Heorhiy Tykhyi, negou na quinta-feira que a Ucrânia tenha realizado disparos contra ou perto da central. As forças ucranianas entraram na região de Kursk numa incursão transfronteiriça surpresa a 6 de agosto, e aí permanecem, enquanto os militares russos tentam expulsá-las.

Num momento em que o equilíbrio de força na guerra desfavorece a Ucrânia, as autoridades daquele país abriram o seu primeiro escritório de recrutamento na Polónia, com o objetivo de mobilizar cidadãos para o seu combate contra a invasão da Rússia. A medida surge numa altura em que Kiev luta para reforçar as suas fileiras. A Ucrânia divulgou os seus planos de recrutar uma “Legião Ucraniana” em julho, na esperança de convencer milhares de homens que fugiram do país a alistar-se. O Governo ucraniano estima que cerca de 300 mil pessoas em idade militar vivam na Polónia.

Outras notícias em destaque:

⇒ O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou a região de Sumy, na fronteira com a Rússia, e encontrou-se com soldados que participam, do outro lado da fronteira, na ofensiva desencadeada por Kiev desde agosto na região russa de Kursk. "Hoje comecei a minha viagem à região de Sumy com um encontro com os nossos soldados, os que estão a lutar na região de Kursk para defender as nossas regiões fronteiriças e todo o país", escreveu Zelensky na rede social Telegram. Sumy fica a cerca de 32 quilómetros da região russa de Kursk, onde as tropas ucranianas estão estacionadas desde 6 de agosto.

⇒ A Ucrânia acusou a Rússia de ter executado 93 prisioneiros de guerra ucranianos, maioritariamente ao longo de 2024, apesar de o conflito durar desde fevereiro de 2022. O chefe do gabinete do Procurador para o Combate aos Crimes Cometidos em Condições de Conflito Armado, Yuri Belousov, disse que cerca de 80% das execuções ocorreram este ano, segundo a agência ucraniana Ukrinform. Belousov referiu, sem adiantar qualquer motivo, que "a atitude dos militares russos em relação aos prisioneiros de guerra mudou para pior" em novembro de 2023.

⇒ As defesas antiaéreas russas abateram na noite de quinta-feira um total de 18 drones ucranianos sobre três regiões do país e no mar de Azov, declarou o Ministério da Defesa russo na rede social Telegram. Segundo um comunicado militar, os aparelhos não tripulados foram abatidos nas regiões de Belgorod (seis), Voronezh (seis) e Rostov Bryansk (um). Os restantes cinco drones foram destruídos sobre as águas do mar de Azov, referiu a nota do Ministério da Defesa, sublinhando que não foram registados vítimas ou danos devido ao ataque aéreo.