O dólar está a subir e a registar o seu progresso mais forte na sessão desde março de 2020, Wall Street caminha para uma abertura claramente verde; a bitcoin está em valores recorde, as taxas de juro não param de subir e as ações da Tesla dispararam à medida que a vitória de Donald Trump se torna mais clara.
Donald Trump já reclamou a vitória nas eleições presidenciais norte-americanas.
Os analistas assumem que os planos de Trump para a imigração restrita, cortes de impostos e tarifas abrangentes, se aprovados, colocarão uma pressão ascendente sobre a inflação e os rendimentos das obrigações, enquanto as empresas poderão beneficiar das suas políticas fiscais e regulamentares, escreve a agência Reuters.
Dólar mais forte que o euro
O dólar está a subir em relação à maioria das outras moedas, o maior salto em relação ao euro desde março de 2020, subindo 1,72% para 1,0745 dólares por euro, por volta das 08h30 GMT. Pelas 10h00, o dólar tinha subido para 1,076.
No México, a preocupação com possíveis aumentos das tarifas alfandegárias está a fazer com queo peso desça a pique, segundo analistas do Saxo Bank consultados pela AFP. A moeda mexicana caiu 2,22% para 20,57 pesos por dólar.
Taxas de juro a subir
No mercado obrigacionista, onde se negoceia a dívida já emitida, por volta das 08h30 GMT a taxa de juro dos títulos do governo americano a 10 anos saltou para 4,40% face aos 4,27% do fecho do dia anterior e com maturidade de dois anos subiu para 4,23%, contra 4,18% do dia anterior.
Isto é um sinal de que o mercado espera “um crescimento mais forte e talvez uma inflação mais elevada”, uma combinação que poderá “desacelerar, ou mesmo parar, os cortes de taxas planeados pelo banco central americano (Fed)", disse à AFP Stephen Dover, diretor do Instituto Franklin Templeton.
Bitcoin em valor recorde
A criptomoeda mais popular do mundo disparou 5,52% para 72.984 dólares, depois de ter ultrapassado pela primeira vez a marca dos 75.000 dólares. É impulsionada pela perspetiva de flexibilização regulatória em caso de vitória definitiva de Donald Trump.
Bolsas (ocidentais) no verde
Wall Street caminha para uma abertura em forte alta, de acordo com os futuros de índices bolsistas, que fornecem uma indicação das tendências antes do início da sessão.
Por volta das 08h30 GMT, o Dow Jones subia 2,24%, o índice mais amplo S&P 500 subia 2,00%, enquanto o Nasdaq de ações tecnológicas ganhava 1,65%, de acordo com estes contratos futuros.
Nas bolsas europeias, os índices subiram acentuadamente desde a abertura: a Bolsa de Paris saltou 2,14%, Frankfurt 1,45%, Milão 1,12% e Londres 1,49%.
Pelas 09:20 em Lisboa, o EuroStoxx 600 estava a avançar 1,82% para 518,79 pontos.
A bolsa de Lisboa mantinha a tendência da abertura e perto das 09:30 o principal índice, o PSI, baixava 1,45% para 6.453,73 pontos.
“Um pouco surpreendentemente, é preciso admitir”, os mercados europeus “estão a aguentar-se bastante bem, neste momento, face a esta vitória indiscutível de Donald Trump”, escreveu Alexandre Baradez, chefe de análise de mercado da IG France, pouco antes da abertura dos mercados.
Por uma boa razão, "com a chegada de Donald Trump à Casa Branca, os produtos europeus poderão enfrentar desafios significativos, uma vez que o Presidente indicou claramente que irá impor vastos direitos aduaneiros, potencialmente de 10% sobre todas as importações a níveis muito mais elevados de países como a China”, explica John Plassard, especialista em investimento da Mirabaud.
Bolsas chinesas caem
As principais praças financeiras chinesas registaram hoje perdas generalizadas, escreve a agência Lusa. O índice de referência da Bolsa de Valores de Hong Kong, o Hang Seng, fechou com perdas de 2,23%, com especial incidência para a tecnologia - um dos setores mais afetados pelo deteriorar das relações entre Pequim e Washington - cujo índice perdeu 2,54%.
E, apesar de ambas terem chegado a meio da sessão em terreno positivo, as duas principais bolsas da China continental, Xangai e Shenzhen, acabaram por fechar com quedas de 0,09% e 0,35%, respetivamente.
O índice CSI 300, que mede o desempenho das 300 principais ações destes dois mercados, caiu 0,5% no encerramento das negociações.
Ações da Tesla disparam
As ações da Tesla cotadas em Frankfurt dispararam 13%, com os investidores a apostarem nas ações, uma vez que o principal acionista, Elon Musk, apoiou Trump durante a sua campanha eleitoral e conseguiu angariar milhões de dólares para a campanha republicana. Fala-se na hipótese de obter um cargo na nova administração republicana.
Trump Media fechou com ganhos
Ontem, a Trump Media fechou com ganhos de mais de 10%, visto como uma aposta dos investidores na vitória do republicano.