O pai do adolescente acusado de abrir fogo numa escola secundária no estado norte-americano da Geórgia (sudeste), e de matar quatro pessoas, foi acusado de permitir que o filho possuísse uma arma, disseram as autoridades.
Colin Gray, 54 anos, pai do suspeito, Colt Gray, foi acusado de quatro crimes de homicídio involuntário, dois crimes de homicídio em segundo grau e oito crimes de crueldade contra crianças, informou na quinta-feira o Gabinete de Investigação da Geórgia (GBI, na sigla em inglês) numa publicação nas redes sociais.
"Estas acusações resultam do facto de o senhor Gray ter permitido conscientemente que o filho, Colt, possuísse uma arma", declarou o diretor do GBI, Chris Hosey, em conferência de imprensa. Terá, inclusive, sido o próprio a oferecer a arma ao filho como presente de Natal.
"As suas acusações estão diretamente relacionadas com as ações do filho e com o facto de ter permitido que ele possuísse uma arma", acrescentou.
O suspeito do tiroteio ocorrido na quarta-feira na Winder's Apalachee High School tem 14 anos, está sob custódia das autoridades e vai ser acusado de homicídio e julgado como adulto, divulgaram as autoridades locais.
O adolescente matou quatro pessoas, duas estudantes e dois professores da escola secundária, causando ainda nove feridos, referiu o diretor do GBI.
A polícia recebeu uma chamada de alerta às 10:20 (15:20 em Lisboa). O atacante, aluno daquele centro educativo, foi encontrado pelos agentes minutos depois de chegarem ao local e rendeu-se assim que foi cercado.
Ainda não se sabe se tinha relação com as vítimas, vínculo que a investigação está a analisar e não foram adiantados pormenores sobre a arma utilizada ou quantos tiros disparou.
O Gun Violence Archive, uma plataforma que documenta atos de violência com armas de fogo nos Estados Unidos, indicou hoje que até ao momento este ano ocorreram 385 tiroteios em massa no país, termo que inclui um mínimo de quatro pessoas feridas ou mortas, sem contar com o agressor.
"Não podemos continuar a aceitá-lo como algo normal", frisou o Presidente dos EUA, Joe Biden, num comunicado divulgado pela Casa Branca e no qual defendeu a colaboração dos republicanos no Congresso para aumentar os controlos e os vetos ao fogo de armas.
Já a vice-presidente dos Estados Unidos e candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, apelou para uma ação decisiva contra a violência ligada ao porte individual de armas de fogo.
O ex-presidente e candidato republicano, Donald Trump classificou o autor do tiroteio de "monstro doente e perturbado", através da sua rede social, a Truth Social.
Com Lusa