Hélder Carvalho, da AF Santarém, viajou até Lisboa para dirigir o Sporting-Nacional, que se disputou no Estádio de Alvalade. O jovem árbitro escalabitano, único representante da sua região no escalão maior da arbitragem nacional, tentou deixar jogar até ao limite, permitindo contatos físicos para as duas equipas. A bondade da iniciativa é sempre elogiável mas acarreta um risco sempre presente em alta competição: o de se deixar de punir algumas infrações que possam ser relevantes no decorrer do jogo.
E, por entre muitas e boas decisões ao durante os 90 minutos, aconteceu uma dessas situações. Uma que, em nossa opinião, devia ter merecido outra colaboração da equipa de videoarbitragem sediada na Cidade do Futebol, em Oeiras. Abordaremos em detalhe o lance mais à frente.
Até lá, segue análise técnica aos momentos mais relevantes do encontro:
15' Remate de Geny Catamo levou a bola a bater no corpo (e não mão/braço) de José Gomes. Lance bem analisado pelo árbitro da partida.
23' Era a este momento que nos referíamos: Ulisses abordou lance com Maxi Araújo de forma claramente faltosa. O defesa brasileiro abdicou por completo da bola e da jogada, projetando todo o corpo para a esquerda, para cima do jogador uruguaio. Na sequência, atingiu-o (também) com o ombro no rosto. Nas imagens televisivas o pontapé de penálti foi muito evidente. Faltou outra colaboração do videoárbitro em lance-chave.
33' João Aurélio, em zona defensiva, cabeceou bola que seguiu ao encontro da mão direita de Isaac. O contato, que pareceu ocorrer ainda fora da área do CD Nacional, foi inesperado e sem qualquer tipo de infração. Na sequência, Matheus Dias desarmou Fresneda, desviando a bola com o pé esquerdo. Não houve motivo para pontapé de penálti. Hélder Carvalho esteve bem nas duas situações.
45+2' Lucas França, guarda-redes da equipa madeirense, viu o primeiro (e único) cartão amarelo do jogo por demorar tempo excessivo na reposição de um pontapé de baliza. A intervenção disciplinar do árbitro surgiu após aviso para Lucas ser mais lesto nesses recomeços. Decisão correta.
48' Zé Vítor correu alguns riscos na forma como tentou tirar a bola a Gyokeres. O defesa do Nacional encostou lateralmente ao sueco mas em contacto legal (ombro com ombro, sobre a linha da sua área, paralela à linha lateral). Já fora atingiu-o inadvertidamente no pé, com pisão acidental. Esteve bem o árbitro ao nada assinalar.
53' Golo inaugural da partida com análise em dois momentos: a posição legal de Morita (que fez a assistência para Hjulmand marcar) e o cruzamento da direita feito pelo médio japonês, com a bola ainda dentro das quatro linhas. Decisão acertada da equipa de arbitragem.
65' Desta vez a impetuosidade de Ulisses foi sancionada corretamente por Hélder Carvalho, que viu bem a rasteira do central sobre Gyokeres. A infração, dentro da área dos visitantes, foi clara e valeu um pontapé de penálti para o Sporting.
66' Golo de honra do Nacional, na sequência de análise atenta do árbitro assistente: no momento do remate à baliza de Luís Esteves, Rúben Macedo (jogador que viu a bola desviar-lhe nas costas e trair Kovacevic) estava em posição legal, legitimada por dois adversários. Tudo certo.
70' Terceiro golo do Sporting na sequência de pontapé livre direto a punir rasteira bem assinalada de Matheus Dias sobre Trincão. Golo marcado por Gyokeres.