A espera acabou! Seis meses depois do último duelo entre águias e dragões - o histórico 5-0 -, eis que O Clássico está de volta. Na 11ª jornada da Liga Portugal Betclic, quando o relógio do Estádio da Luz marcar 20h45, Benfica e FC Porto medem forças e escrevem mais uma página de história.
Há quem diga que este é o maior clássico da modalidade - no país, claro - e a opinião, além de percetível, é justificada com pertinentes factos. Frente a frente estão os dois clubes com mais troféus do futebol português, pertencentes dos dois maiores polos populacionais do país. Um clássico de massas, que move multidões e mexe com gerações: entusiasma o novo mais desentendido e emociona o velho mais resistente.
Antes de mergulharmos na realidade deste clássico em específico - o primeiro entre o Benfica de Bruno Lage e o FC Porto de Vítor Bruno -, vale a pena analisar, de um modo geral, o registo dos duelos que agigantaram esta rivalidade.
Em 255 páginas de história, o Benfica saiu a sorrir em 91 ocasiões, enquanto a vitória ficou no/viajou para o Porto por 102 vezes. Se reduzirmos, porém, a amostra para os jogos na Luz, vemos que aí o Benfica leva vantagem: 63 vitórias e apenas 25 derrotas.
Pelo meio, duas curiosidades - que valem o que valem, ou seja, pouco mais que nada: na Luz, desde 2015, as águias só fizeram tombar o dragão em duas ocasiões; apesar de, no cômputo geral, os encarnados terem mais derrotas que vitórias, têm ainda assim mais golos marcados que sofridos - 390 festejados, 102 sofridos.
Os da casa: o Benfica de Lage
«O Benfica de Lage»... desde a quarta jornada. Antes disso, Roger Schmidt liderou a equipa e o resultado não foi positivo - mesmo por isso resultou num despedimento: cinco pontos perdidos em quatro duelos, rivais com vantagem e o obreiro da Reconquista chamado ao leme.
Desde aí, as águias têm mostrado outra cara, bem mais assertiva, sobretudo no campeonato. 17 golos marcados, apenas três sofridos e, entre a boa imagem, há um turco a fazer furor: Kerem Aktürkoğlu tem estado em altas e é, a par de Ángel Di María, o homem que mais desequilibra no ataque encarnado.
O cenário é assim, principalmente contra equipas com menos argumentos - excetuando a noite histórica frente ao Atlético de Madrid. De resto, frente a adversários onde o Benfica olha de igual para igual, as dificuldades sobem de tom e, por isso, os resultados são menos animadores - exemplo claro a meio da semana, contra o Bayern.
Bruno Lage em discurso direto - veja as declarações completas aqui: «Preparámos o jogo nestes dois dias da melhor maneira e amanhã temos de reagir à Benfica perante os nossos adeptos. Fazer uma boa exibição e arrancar uma boa vitória».
Os visitantes: o FC Porto de Vítor Bruno
Quem também escorregou a meio da semana foi o FC Porto - em Itália, diante da Lazio. Os dragões, aliás, apresentam um registo semelhante às águias nesse sentido e a maior prova disso mesmo é a campanha azul e branca na Liga Europa, onde o FC Porto sofreu oito golos e tem, de momento, quatro pontos amealhados.
Ainda assim, o FC Porto já teve mais jogos grandes que o Benfica em 24/25. Dentro de portas, nota para os dois clássicos contra o vizinho dos encarnados na segunda circular: uma vitória valeu um troféu e uma derrota atirou os dragões para a cauda do leão na tabela classificativa.
De resto, frente a adversários onde o azul e branco tem de se impor, a missão tem sido bem cumprida. A tal derrota contra o Sporting é a única do campeonato, que tem sido disputado com rigor - 27 pontos em 30 disponíveis. Mais a norte, é Samu Aghehowa que vai fazendo as delícias dos adeptos; é, incontestavelmente, o novo homem-golo do Dragão.
Vítor Bruno, na antevisão, em discurso direto - veja as declarações completas aqui: «A margem de erro para um clube como o FC Porto é sempre zero, é sempre ganhar ou ganhar. Temos de estar organizados e ser intensos. Temos de ser ser uma equipa verdadeiramente à FC Porto e procurar fazer o que temos de fazer, acrescentando mais uma vitória e continuando o nosso caminho.»
Ausentes da ficha de jogo vão estar Tiago Gouveia, Wendell e Marko Grujic.
Este é daqueles duelos que todos os jogadores querem jogar e que todos os adeptos querem ver. Por isso, não são necessários grandes aliciamentos para o país estar de olhos postos nesta partida. A bola começa a rolar às 20h45, no Estádio da Luz.