Depois de Jorge Jesus e Abel Ferreira, a final da Taça Libertadores volta a ter um treinador português: Artur Jorge leva o Botafogo à decisão, depois de ultrapassado o Peñarol, que até venceu a segunda mão por 3-1. A noite foi agitada, ao estilo sul-americano, mas a equipa do técnico português aproveitou o conforto da goleada por 5-0 conseguida em casa.
A esperança da formação uruguaia esteve sobretudo nos pés de Jaime Báez, que, ao minuto 31, abriu a contagem com um formidável pontapé de fora da área.
Ao intervalo a vantagem mínima parecia curta para aquilo que o Peñarol tinha de contornar, e talvez tenha sido isso a precipitar um gesto inacreditável do guarda-redes da equipa uruguaia, Washington Aguerre, que a caminho dos balneários deu uma pisadela ao dono da baliza do Botafogo, John. Isto mesmo à frente do árbitro, que exibiu prontamente o cartão vermelho direto.
Mesmo em inferioridade numérica o Peñarol conseguiu chegar ao 2-0, ao minuto 66, com mais um belíssimo golo de Jaime Báez.
A equipa da casa renovava a esperança, até porque Mateo Ponte, jogador uruguaio do Botafogo, fez uma asneira quase tão grande quanto a de Aguerre. Lançado por Artur Jorge ao minuto 58, o jovem defesa esteve apenas 11 minutos em campo, ao ver dois cartões amarelos no espaço de alguns segundos.
Artur Jorge só respirou de alívio quando viu Thiago Almada marcar para o Botafogo, ao minuto 88, após excelente iniciativa individual numa transição concluída em tabela com Marlon Freitas.
O Peñarol ainda fez o 3-1, logo de seguida, por Facundo Batista, mas estava feita história: o Botafogo vai à final da Libertadores pela primeira vez, conduzido por um treinador português. A decisão está marcado para 30 de novembro, no Estádio Monumental de Buenos Aires, frente ao Atlético Mineiro, também da Argentina, que eliminou o River Plate na véspera.