O Shakhtar Donetsk teve de abandonar a região de Donetsk há praticamente dez anos, fruto da ofensiva russa. Sergei Palkin, CEO do Shakhtar Donetsk, garantiu que a situação é delicada e que os obstáculos associados a carregar a casa às costas são acrescidos.

«Em 2014 deixámos a nossa cidade, os nossos adeptos, o nosso estádio. Não se encontra um clube cuja vida tenha mudado tanto. Vivemos há mais de 10 anos longe de tudo. É difícil. Tentamos sempre encontrar a nossa casa, tentamos encontrar o sítio para passar a próxima noite. Passámos por seis estádios na Liga dos Campeões. Começámos por Kiev, depois por Varsóvia, depois Hamburgo... A nossa realidade é difícil e torna-se complicado planificar. A nossa realidade muda quase todos os dias. Há cinco horas, a Rússia bombardeou a Ucrânia, por exemplo...», referiu, numa primeira instância, no evento Thinking Football.

O dirigente realçou a importância das saídas de jogadores para a obtenção de rendimento, algo essencial para a sustentabilidade do clube, destacando, particularmente, uma venda para o futebol lusitano: «As nossas receitas vêm quase todas de vendas. Os patrocínios têm caído, perdemos jogadores estrangeiros que comprámos, agora estamos a alargar o nosso recrutamento na Ucrânia. Casos como o do Trubin ajudam-nos muito.»

Palkin anunciou, ainda, uma ideia que pretende introduzir nos próximos tempos: «Queremos organizar amigáveis e falámos de FC Porto, Benfica e Sporting. Nesses jogos podemos conseguir dinheiro para apoiar as pessoas da Ucrânia, os soldados... Estamos a apoiar gente que perdeu casas, soldados com lesões graves. É muito importante para nós ter estes jogos para gerar receitas e passar uma mensagem do que se passa na Ucrânia.»

Recorde-se que as águias desembolsaram dez milhões de euros para a contratação do guardião de 23 anos ao emblema ucraniano.