Tarde de eventos vários em Vila do Conde. Num jogo marcado pela substituição do árbitro principal por lesão, logo aos três minutos de jogo, o Rio Ave venceu o FC Arouca nesta quarta jornada e regressou ao caminho das vitórias numa amostra de resiliência.

No que concerne aos onzes iniciais escolhidos, Luís Freire fez três alterações em relação à equipa que perdeu no Estádio do Dragão. Kiko Bondoso, João Tomé e Patrick William deixaram a titularidade, com Ole Pohlmann, Omar Richards e Panzo a entrarem nos seus lugares.

Gonzalo García, com várias debilidades e ausências - principalmente no setor defensivo - manteve por completo o último onze inicial escolhido na última jornada

Amostra de confiança

Este Rio Ave mostra-se cada vez mais entrosado. No entanto, ainda existem alguns fatores a melhorar. Os vila-condenses entraram bem no encontro com apoio total de uma bancada repleta no Estádio dos Arcos.

Árbitro teve de ser substituído por lesão @Rogério Ferreira / Kapta+

O ponto mais forte dos comandados de Luís Freire acabou mesmo por ser a capacidade defensiva frente a um ataque algo criativo do FC Arouca. Cristo González, Morlaye Sylla e Henrique Araújo foram as caras da ofensiva arouquense que o Rio Ave acabou mesmo por conseguir travar quase na totalidade.

O grande pecado reside na construção ofensiva rioavista. Com bons intérpretes - e Clayton que assim o seja -, têm capacidade para demonstrar mais. Omar Richards, lateral que chega por intermédio do Bayern Munchen, jogou bastante subido na ala e promoveu verticalidade que, em certa parte, acabou por não conseguir ser aproveitada - e o mesmo se pode dizer de Tiago Morais na ala contrária.

O golo surgiu alguns minutos após o primeiro tento certeiro de Aline ter sido invalidado por fora de jogo. A transição rápida foi uma missão clara representada por este Rio Ave, mas o solitário golo da vitória surgiu de uma grande penalidade convertida por Clayton.

Há espaço para melhorar, com a qualidade individual de cada um dos jogadores que Luís Freire tem à sua disposição, mas a confiança é obviamente clara.

Amostra de ineficácia

Gonzalo García partiu para este encontro com única e exclusivamente dois defesas-centrais na ficha de jogo, dada a impossibilidade dos restantes por lesão. Com o setor defensivo bastante debilitado, a verdade é uma: a derrota chega pelo golo de grande penalidade. Nos restantes minutos - e aliada a alguma pouca criatividade do Rio Ave -, os lobos acabaram por conseguir bater-se de boa forma na defesa.

@Rogério Ferreira / Kapta+

Outro problema reside no ataque do FC Arouca. A perda de Rafa Mújica no mercado de verão ainda se faz sentir porque, de forma direta, ainda não conseguiram encontrar substituto e a restante composição do trio ainda não se encontra ao mais alto nível.

Cristo González regressou de lesão, Morlaye Sylla ainda vai aparecendo, mas não consegue resolver e Henrique Araújo tem demonstrado várias dificuldades no último terço. Em Vila do Conde, a infelicidade do avançado português em frente à baliza foi notória. Vários remates falhado, vários dribles mal concretizados e algumas receções que «não encaixavam no texto»

No final, parece que ficam a faltar algumas soluções aos arouquenses, mesmo tendo em conta que boa parte do plantel se encontra lesionado. Há capacidade para fazer diferente e brilhar como na temporada passada.