Do início ao fim, para esquecer. Derrocada bracarense (3-0), na segunda jornada da Liga Europa. Pior que o resultado - péssimo só por si - foi a exibição dos homens de Carlos Carvalhal - erráticos, desinspirados e infelizes. Primeira derrota do SC Braga na Grécia.

Para aumentar a gravidade da situação, a equipa nem mudou muito. Bright Arrey-Mbi regressou à titularidade, João Ferreira voltou à direita e, do meio-campo para a frente, alinhou, supostamente, a formação mais forte.

Equilibrar para tombar

Eram 17h45 quando o árbitro Damian Sylwestrzak deu ordem para jogar: o Olympiacos respeitou, o SC Braga não. Falsa partida da turma portuguesa, que demorou a entrar nos eixos. Por outro lado, os gregos, galvanizados pelo bom ambiente, instalaram-se no meio-campo adversário, foram mais pressionantes e agressivos. Chegaram, inclusive, ao golo, perto dos cinco minutos, mas foi prontamente anulado por fora de jogo.

Ao quarto de hora, Matheus pediu assistência médica, o jogo parou e - coincidência ou não - o SC Braga equilibrou; nunca assumiu as rédeas da partida, mas equilibrou. Gabri, Bruma e os irmãos Horta juntaram-se pela esquerda e, por aí, criaram problemas.

Chiquinho foi titular e esteve em destaque @Getty /

Apesar do melhor momento dos primeiros 45 minutos ter sido bracarense - Ricardo Horta concluiu uma bela jogada coletiva (pela esquerda, claro) e atirou para a defesa da tarde de Tzolakis -, os gregos tiveram mais ocasiões. O jogo vertical e direto dos da casa feriu o SC Braga - Gelson fez o que quis pela esquerda - e o golo acabou por chegar na pior altura: antes do intervalo.

André Horta, que até realizou uma partida positiva, aliviou para uma zona estritamente proibida. À entrada da área, Gelson aproveitou e tocou para trás, para Kaabi, que encheu o pé e agradeceu pelo desvio que a bola sofreu a meio do caminho: traiu Matheus e terminou no fundo das redes.

Do desaire... ao desnorte

A segunda parte começou e era de se esperar um SC Braga mais organizado, contundente e ofensivo, a lutar para pontuar. Foi exatamente o contrário. Desnorte total dos homens de Carlos Carvalhal.

Kaabi quase marcou no primeiro lance do recomeço e, depois, em quinze minutos, o descalabro: dois golos em dois erros bracarenses - partida sentenciada.

Primeiro, perda de bola no meio-campo, arrancada de Rodinei e Hezze, no centro da área a fazer o segundo. Depois, erro de Matheus, recuperação de Willian, assistência de Rodinei e bis de Kaabi. Tudo simples para os gregos, tudo trágico para os portugueses.

Daí até ao final, um suplício e um inquietante desejo que a partida terminasse o mais depressa possível. O Olympiacos tinha o jogo resolvido, o SC Braga não queria maiores vergonhas. Os bracarenses voltam a entrar em campo no próximo domingo, no Dragão, para o campeonato.