O FC Porto venceu o Arouca por 4-0 e continua a sua perseguição ao Sporting no topo da Liga Portugal Betclic. Os dragões levam como principal lição deste encontro, a capacidade de acordar com um jogo em andamento e conseguirem golear. A primeira parte dos azuis-e-brancos deixou muito a desejar.

Normalmente ganha a equipa que corre mais, ganha mais duelos, é mais eficaz nos vários momentos do jogo, mas também aquela que consegue empurrar o adversário para uma zona desconfortável. O FC Porto demorou 45 minutos a fazer isso e o Arouca deu mais trabalho aos dragões, do que aquele que Vítor Bruno pretendia.

A primeira parte foi amorfa, quase silenciosa, sem chama. O sol escondeu-se atrás das nuvens e o jogo ficou frio. Uma espécie de pacto de não agressão. O FC Porto foi lento e previsível a atacar, o Arouca muito curto nas saídas rápidas para o ataque.

Primeira parte portista foi muito inoperante @Catarina Morais / Kapta +

Foi penoso ver a forma como os dragões não conseguiram colocar em campo as ideias que tantas vezes já demonstraram esta época. A equipa pareceu estar com dúvidas como entrar na zona mais recuada do Arouca, que não desmontou as duas linhas bem juntas, com os médios encostados à linha defensiva.

A solução foi simples: mais gente na frente

Parece uma ideia primária e nem sempre bem aplicada pelos treinadores, mas Vítor Bruno recorreu ao clássico de meter mais carne no assador para apertar o Arouca.

Deniz Gül surgiu na equipa no início da segunda parte e se a equipa de Gonzalo García teve dificuldade em gerir os movimentos de Samu, na primeira parte, no segundo tempo, com mais um homem, foi ainda mais difícil.

Além desses problemas a defender, a equipa do distrito de Aveiro tinha menos um homem em campo. Sem dificuldade, os dragões arrumaram com o jogo em 15 minutos. Jogadas rápidas, simplicidade nos processos e fome de baliza. Samu abriu o marcador, Nico González aceitou a asneira do guarda-redes do Arouca e fez o segundo, Galeno assinou o terceiro com as costas. Aos 57 minutos, o Estádio do Dragão respirou de alívio, mas o Tribunal azul-e-branco pedia mais.

Nico González voltou a marcar pelos dragões @Catarina Morais / Kapta +

«Isto não é para andar ao meiinho»

As palavras dos sócios surgiram da bancada e a resposta dos homens de Vítor Bruno foram imediatas. O FC Porto continuou a jogar em alta rotação e a cair em cima do Arouca.

A equipa que viajou da região da Serra da Freita não conseguia sair para o ataque, Gonzalo García mudou para uma linha de cinco defesas, mas pouco tornou o jogo diferente. Os dragões refrescaram o meio campo e as novas soluções ainda deram mais dores de cabeça aos arouquenses.

Já com Rodrigo Mora em campo, Denis Gül assinou o 4-0 final, perante a satisfação dos adeptos. A cura do desaire europeu terminou da melhor forma para o FC Porto, mas Vítor Bruno tem algumas ilações a tirar para o futuro. E o futuro chama-se Manchester United, na quinta-feira, para UEFA Europa League.