A Associação Internacional de Boxe (IBA), instituição que não regula a competição olímpica, emitiu comunicado esta segunda-feira a insistir que as pugilistas Imane Khelif e Lin Yu-ting são homens, numa altura em que ambas já garantiram uma medalha, pois estão apuradas para as meias-finais.

Na mensagem publicada no site da organização, encabeçada pelo russo Umar Kremlev, é referido novamente que as atletas falharam os testes de género para o Mundial de 2022 e, consequentemente, em 2023, acrescentando que foram encontrados os cromossomas XY - que determinam sexo masculino, contudo é possível haver mulheres com este cromossoma - nas lutadoras.

«A IBA não quer comentar a vida privada de uma pessoa. Não é importante a forma como Imane Khelif e Lin Yu-ting se identificam ou o que está escrito no seu passaporte. A principal preocupação da IBA é o facto de o seu desequilíbrio hormonal lhes conferir uma vantagem distinta sobre as suas homólogas femininas nas respetivas categorias de peso. Pode ser perigoso para outras pugilistas femininas, como já vimos durante os Jogos Olímpicos. Por conseguinte, não é elegível para participar nas competições da IBA», lê-se na mensagem.

A IBA afirma que entregou uma cópia dos resultados A Imane Khelif e Lin Yu-ting e refere que não pode revelar os documentos, uma vez que a informação médica constitui «dados protegidos». A mesma instituição refere que só a argelina recorreu do caso no Tribunal Arbitral Desportivo (CAS), que acabou sem ação, porque Khelif não pagou os devidos custos.

Refira-se que o Comité Olímpico Internacional assegurou que as duas ateltas estão elegíveis a participar neste evento e classificou a decisão da IBA como «arbitrária».

Imane Khelif já se pronunciou sobre polémica e apelou para que o «bullying» em torno das pugilistas parasse, agradecendo ainda o apoio do COI: «Sei que o COI me fez justiça e estou feliz com a solução, porque demonstra a verdade».