Alex Ferguson viu o seu papel no Manchester United ser reduzido ao mínimo possível. Depois de ter sido destituído do cargo de embaixador global do clube - que lhe valia 2,5 milhões de euros anuais - o técnico escocês ficou a saber que está impedido de descer ao balneário da equipa no final dos jogos. A medida de Jim Ratcliffe, proprietário do clube, tem dado que falar e Graeme Souness, antigo treinador do Benfica, não poupou nas palavras na hora de criticar a decisão.

"Devo dizer que tenho dificuldades em pensar em qualquer outra ação que os génios que atualmente dirigem o Manchester United pudessem ter tomado para virar mais pessoas contra eles do que rescindir o contrato de Sir Alex Ferguson como embaixador do clube e mostrar-lhe a porta", começou por escrever Graeme Souness, que enquanto jogador em Inglaterra passou pelo Liverpool, Middlesbrough e Tottenham, na habitual coluna do 'Daily Mail'.

"Estou a tentar perceber como é que eles puderam ter uma ideia destas numa altura em que a relação com tantos adeptos está a desaparecer. Esta decisão terá virado muitos contra eles. A culpa não recairá agora apenas sobre Ten Hag. A Ineos é responsável por um clube que está em 14.º lugar no campeonato e que teve o pior arranque de época dos últimos 35 anos. Por isso, sentaram-se numa sala e disseram uns aos outros: 'Certo. O que é podemos fazer para perder o que ainda nos restas? Vamos despedir o maior embaixador que temos e restringir o seu acesso a certas zonas de Old Trafford", continuou.

Depois de deixar muitos elogios ao "símbolo dos grandes dias do clube", Graeme Souness considerou que Alex Ferguson "parece estar a ser visto como apenas mais um empregado": "Apenas mais uma vítima das medidas de redução de custos da Ineos. Que desgraça. Onde é que está o respeito? Tenho de dizer a estes proprietários que se envergonharam a si próprios", acrescentou.

O antigo internacional escocês deixou ainda uma questão: "A soma de dinheiro que ele recebia pode ter sido considerável, mas será que o seu papel é realmente um dos que os contadores de tostões precisavam de considerar para a sua redução de custos? Os dois milhões de libras anuais que estão a reduzir com a dispensa de Fergie são uma gota de água no oceano".