Irina Rodrigues diz ter cumprido um sonho ao qualificar-se para a final do lançamento de disco, nos Jogos Olímpicos de Paris, depois de obter a 10.ª melhor marca na qualificação (62,90 metros).

«É um sonho tornado realidade, estou muito feliz e muito emocionada. Pedi muito a Deus que este dia chegasse. Depois de um ano difícil, tem mais sabor. Trabalhar, treinar não é fácil, mas esta mudança para a ilha Terceira e este início de trabalho como médica trouxeram-me muita resiliência, muita fé de que as coisas poderiam correr bem e correram», afirmou no final a médica leiriense, de 33 anos, à Lusa.

Tal como a atleta lusa referiu, o ano de Irina ficou marcado pela mudança para a ilha Terceira, nos Açores, onde treina e trabalha como médica. Apesar do atribulado calendário, tem registado bons resultados, já que, nos Europeus de Roma, ficou num inédito 4.º lugar, atrás da compatriota Liliana Cá, que esta sexta-feira foi eliminada, ao terminar em 14.º.

«Consegui ser finalista europeia e cheguei agora à final olímpica, que era um dos grandes sonhos. Acho que os ares da Terceira, ter o treinador perto de mim, colegas fantásticos e receber muito amor e carinho, tanto dos Açores como de Leiria, fizeram com que tudo desse certo», desabafou.

Agora, Irina Rodrigues tem uns dias para descansar. Três para ser exato, já que a final só se disputa na segunda-feira, por volta das 19.30 horas de Portugal Continental. E aí «tudo pode acontecer». «Tenho muita fé em Deus e sei aquilo para que trabalhei. Está a ser um ano muito bom, a partir de agora a minha época já está ganha, consegui um grande feito, para mim e para o meu treinador», destacou.

Liliana Cá lutou com gestão de esforço

Apenas a 20 centímetros da qualificação para a final, ficou Liliana Cá, cuja marca foi suficiente para 14.º lugar. Após a prova, a portuguesa de 37 anos queixou-se de algum desconforto físico, mas garantiu que os 62,43 que registou foi o máximo que conseguia devido às limitações.

«Eu sabia que chegar aos 60 metros seria uma luta, e, entretanto, percebi que tinha de gerir o meu corpo e a emoção para poder encaixar um lançamento, pelo menos, acima dessa marca», começou por dizer, acrescentando: «Decidi fazer uma prova controlada, sem arriscar, porque sabia que se entrasse mais rápido, poderia não aguentar o ritmo. Fiz lançamentos controlados, porque assim tinha a certeza de que seriam acima dos 60 m.»

Porém, sem sucesso para repetir presença na final, tal como aconteceu em Tóquio 2020, prova na qual terminou em 5.º.