Rui Borges e José Faria analisaram o Estrela da Amadora x Vitória SC. Os dois treinadores responderam à questão do Bola na Rede.

O Estrela da Amadora e o Vitória SC empataram a duas bolas na nona jornada da Primeira Liga. O Bola na Rede marcou presença no encontro e, no final, teve a possibilidade de questionar Rui Borges, técnico vimaranense, e José Faria, treinador da equipa da casa, sobre o encontro.

Bola na Rede: O Estrela da Amadora colocou hoje mais um homem na linha defensiva e procurou juntar os setores e controlar ao máximo a entrada do Vitória SC. Neste contexto qual a importância das combinações por dentro e da presença de jogadores nas costas dos médios para o jogo fluir?

Rui Borges: Nós estávamos preparados para o que o Estrela apresentou, um 5-2-3 que era às vezes um 5-4-1 em termos defensivos. Estávamos preparados para isso e sabíamos o que tínhamos de fazer. Conseguimos em construção superar facilmente a pressão do Estrela, entrámos em fase de criação também, faltou-nos um bocadinho de agressividade ofensiva no último terço. Na fase de construção e criação fomos superiores, conseguimos entrar entrelinhas. Em termos defensivos sabíamos que se estivéssemos organizados, com bons timings de pressão, o Estrela ia procurar passes verticais, que foi o que procurou na primeira parte. Acaba por fazer um golo numa segunda bola que vem para cruzamento num lançamento longo em que somos pouco agressivos em encurtar espaços ao portador da bola. Tirando isso o Estrela procurou passes verticais para as costas da linha defensiva, mas estávamos preparados para isso e identificados. Controlámos o jogo, só nos faltou um bocadinho de agressividade em termos ofensivos. Na segunda parte foi igual. Não vou estar a discutir se é penálti ou não, mas como aquele penálti existem 500 iguais. Falta um bocadinho de maturidade nesse sentido, porque o Estrela não criou nada. Tirando bolas longas nas costas para explorar a segunda bola e provocar a nossa linha defensiva, não foi capaz de conseguir entrar na fase de construção ou de criação. Controlámos o jogo, faltou mais ratice em alguns momentos e alguns comportamentos.

Bola na Rede: O Estrela da Amadora hoje entra num 5-2-3 capaz de espelhar o Vitória SC em campo, que baixa muitas vezes um médio para a saída a três e projeta os laterais. Pergunto-lhe se foi este o principal intuito da mudança de sistema e se sente que foi bem sucedida no sentido de anular os pontos fortes do Vitória SC?

José Faria: Não só. Foi uma das, sendo que o Vitória faz muitas vezes isso, mas constrói muitas vezes em 4+1 ou em 4+2. Sabemos que os três médios têm muita mobilidade. A estratégia passou um bocadinho por equilibrar o meio, com o Kikas a condicionar o 6 e dando referências diretas aos nossos médios, numa fase mais adiantada. Quando montassem a três a nossa ideia seria pressionar com o Kikas de outra forma. Não tentámos espelhar. Analisamos cada adversário de forma particular e exaustiva e tentamos, numa fase inicial, anular os pontos fortes. São uma equipa com bastante mobilidade, o Nuno [Santos] de um lado dá muita superioridade, o Kaio [César] é mais vertical e ajustámos em função disso. Sinceramente penso que a nossa estratégia resultou, estou contente com o comportamento dos atletas, mas não é só isso. Disse isso na antevisão, o mais importante são as dinâmicas independentemente do adversário.