Rui Borges anteviu o encontro deste domingo, diante do Boavista, pelas 15h30, a contar para a 8ª jornada da Liga Portugal Betclic. Porém, o técnico do Vitória não quis deixar passar em branco o falecimento de Daniel Guimarães, guardião com quem coincidiu em 2021/22, no Nacional. "Quero deixar um abraço sentido a toda a família do Daniel Guimarães, que nos deixou. Uma abraço sentido à família e à gente do Nacional. É um momento difícil", disse o treinador, de 43 anos.

Sobre o dérbi com os axadrezados, Rui Borges considerou que é um "adversário diferente" e não acredita em mudança de chip da Liga Conferência. "Olho para os jogos e para o adversário independentemente daquilo que é a competição. Olhámos para o Boavista como uma equipa bastante competitiva, à imagem daquilo que é o clube, bem organizado e uma equipa que é forte nos duelos. Apesar dos problemas de inscrição e dos resultados negativos, não deixam de ser competitivos e muito competentes, até porque são objetivos no seu jogo e contam com gente experiente", analisou o técnico, salientando o regresso de Miguel Reisinho de lesão como uma "mais-valia" para o grupo orientado por Cristiano Bacci: "Mesmo assim, o nosso grupo tem dado uma boa resposta, temos de manter a competitividade."

O empate diante do Casa Pia teve impacto na preparação e no hábito de vencer?
"Temos sempre o hábito da vitória. Não olho para essas coisas, sou frio e equilibrado na minha análise. Não vamos conseguir ganhar sempre, apesar de ser sempre o hábito. Temos feito o suficiente para ganhar, mas os jogadores não são máquinas. Quando falharem, se calhar seria o míster que devia ter ajudado de outra forma. O que é certo é que tenho sentido o mesmo comportamento. Cada vez mais vai ser difícil ultrapassar quem está do outro lado, sempre mais competitivo e respeitador ao que está do nosso lado. E nós temos que respeitar e crescer, no sentido que seremos expostos a coisas diferentes, mas leva tempo. Não vamos deixar de ser o Vitória que queremos ser. Mas temos de estar cientes e equilibrados. Não é uma pedrinha que vai mudar o nosso caminho. Tenho a certeza que vamos fazer um bom jogo e ser felizes."

Rivalidade com o Boavista influenciou a preparação?
"Não, a rivalidade está lá. Percebe-se, mas é muito mais para o exterior do que para nós. Os jogadores entendem, e vamos percebendo cada vez mais. É uma rivalidade, é certo, mas queremos ser melhores, na rivalidade, no jogo e na estratégia.  Temos de perceber tudo o que irá enquadrar-se no jogo, até a chuva. Acredito que esteja também uma grande casa para nos apoiar, tem sido muito importante e amanhã não foge à regra. Temos de pensar no terreno, a bola anda mais rápida, vai exigir muito de nós e cansar mais, isso é óbvio."

Gustavo Silva fez um bom jogo, pode ser titular?
"O Gustavo vem da 2ª Liga, vem para um campeonato e um clube com uma exigência diferente, tem uma adaptação a fazer. Depois tem caraterísticas diferentes, que dá coisas diferentes das outras opções. O Kaio César, por exemplo, falhou imensas oportunidades contra o Celje, mas não nos podemos esquecer que estamos a falar de um menino de apenas 20 anos, atenção. Tem um crescimento enorme. Todos eles nos dão coisas diferentes, o Gustavo tem a verticalidade que queríamos no jogo, porque ia ser rápido por causa da chuva. Dá-nos também aquela agressividade que tínhamos com o Mangas, por exemplo, ao chegar ao último terço. Ele dá-nos isso, mas já ganhámos sem ele, porque existe outras capacidades. O Mendes, em Braga, jogou por fora, não tão vertical, e vencemos. Eles estão disponíveis para o que o míster precisar, seja para jogar cinco minutos ou 90."

Chuva é um grande fator?
"A resposta da malta que entrou no jogo anterior foi enorme. São as boas dores de cabeça, é certo, sou um felizardo pelo grupo que tenho. No sentido de espírito diário, ninguém pensa que é melhor que ninguém, remam todos para o mesmo caminho. Eles sabem que a qualquer momento, podem ser chamados para momentos específicos. Todos temos o mesmo valor. O estado do relvado leva o treinador a pensar nas opções, todos os fatores são importantes e esse é um deles. Amanhã não fugirá à regra."