A atleta portuguesa Susana Santos terminou este domingo no 57.º lugar a maratona feminina dos Jogos Olímpicos Paris2024, última prova do programa do atletismo.

Susana Santos cumpriu a prova em 2:35.57 horas, acabando a mais de 13 minutos da vencedora, a neerlandesa Sifan Hassan, com um recorde olímpico de 2:22.55.

Sifan Hassan
Sifan Hassan Vadim Ghirda/AP

Doze quilómetros a correr com o coração

"Eu acho que é um dos percursos mais duros que fizeram até hoje numa maratona. O desnível era muito grande, as descidas também eram muito acentuadas, também tive algum cuidado para muscularmente não entrar muito em fadiga. Só que, a partir dos 30 quilómetros, já foi mais correr com o coração, porque já estava mesmo com muitas cãibras e queria muito chegar ao fim", admitiu.

Após uma maratona que passou por algumas das mais emblemáticas zonas da capital francesa e terminou nos Invalides, Susana Santos admite que não trabalhou para este resultado, até porque estava no "melhor momento de forma".

"Fiquei aquém da minha marca pessoal. Sei que hoje também não era para bater recorde pessoal, mas esperava aproximar-me. Mas a partir dos 30 quilómetros comecei a sofrer muito e com muitas cãibras, então tive que gerir o esforço para não parar e chegar até ao fim", afirmou.

A subida por volta dos 30 quilómetros acabou mesmo por ser decisiva na corrida de Susana Santos, que se sentiu muito bem até aí, mas depois começou "a quebrar" e "a sentir muitas dores musculares".

"É a minha terceira maratona, ainda não tenho muita experiência, mas eu já corri mais rápido quando fiz os mínimos. Hoje, senti também muita dificuldade por causa do calor, apesar de estar calor para todas, mas senti muito calor. Para mim, a subida dos 29 quilómetros foi a que me causou muitas dores musculares, foi aí o pior momento que ultrapassei e foram 12 quilómetros mesmo em sofrimento", disse.

Após a prova que encerrou o programa do atletismo em Paris2024, Susana Santos prefere ainda não pensar nos Jogos Olímpicos Los Angeles2028 e garantiu que agora "o objetivo é recuperar desta e depois definir os objetivos para a próxima época".

Na maratona feminina, Portugal já conquistou duas medalhas, ambas por intermédio de Rosa Mota, que se sagrou campeã olímpica em 1988, em Seul, depois de em 1984 ter arrebatado o bronze, em Los Angeles.