Valentino Rossi colocou um ponto final à carreira no MotoGP depois de 2021, mas um ano antes teve um dos maiores sustos da sua carreira no GP da Áustria.
Franco Morbidelli caiu a caminho da curva 3 de Spielberg, e a sua moto totalmente descontrolada passou mesmo à frente de Il Dottore – que só não foi atingido por muito pouco, naquele que podia ter sido um acidente com consequências nefastas.
Um momento que Rossi recordou no podcast MigBabol: ‘A Áustria foi precisamente uma corrida importante dessa temporada, porque nos últimos anos, quando ficas mais velho, sempre tentei ser não digo cuidadoso porque de todas as formas competes com uma MotoGP, mas… não estar louco, digamos. Tenho de dizer que de todos os modos sempre fui assim, até quando era mais novo. Nunca gostei de cair nem de me magoar’.
Sobre o incidente no Red Bull Ring, o italiano comentou: ‘Na Áustria, estávamos ali e estávamos a fazer uma boa corrida. Eu estava com o [Maverick] Viñales e chegámos à curva 3 e armou-se a confusão atrás, porque o [Johann] Zarco e o Franco colidiram. E ali vais mais ou menos a 300 km/h, e a travagem está um bocado dobrada. E com a MotoGP, se travares quando estás um bocado inclinado, há uma sensação de que a moto está no limite, que quase toca no solo. E, além disso, há uma curva em que estás a fazer 50 km/h. Eu estava atrás do Viñales, penso que em quarto ou quinto, e lembro-me de que quando travei e comecei a colocar a moto, vi uma sombra passar – algo que normalmente não se vê – e sinceramente pensei no helicóptero […]. Depois, um momento atrás vi a moto do Zarco a disparar e voar acima do Viñales, e disse, «oh, raios». E o Viñales simplesmente deixou as mãos dele fora do guiador e, instintivamente, cobriu a cabeça. Vi o Viñales bastante comovido. Voltei às boxes com as mãos na cabeça’.
Mais de três anos depois, Rossi mantém recordações nítidas sobre o sucedido: ‘O meu risco real foi a moto do Morbidelli, eu não a vi. Sentei-me e disse para mim mesmo que o Viñales teve sorte, a moto passou por cima dele, e vi as pessoa realmente pálidas. E perguntaram-me pela moto do Franco, e disse-lhes que sinceramente não a tinha visto. Aconteceu tão rápido que foi um momento. Voltei a ver as imagens e disse, «uau»’.
O dez vezes campeão do mundo admitiu que o incidente da Áustria em 2020 acabou por pesar na decisão de terminar a carreira um ano mais tarde: ‘Teria sido um desastre, quando vi novamente tive medo. E paralisei-me para retomar a corrida depois da bandeira vermelha. O Uccio [Salucci] pôs-me o capacete e as luvas e disse-me, «vamos, vamos». Mas reparei que, embora vás com cuidado numa MotoGP, se estiveres no sítio errado, na altura errada… entre isso, e depois já não ser tão competitivo, tomei a decisão’.