Os mercados asiáticos foram surpreendidos esta quarta-feira por um choque bolsista de grandes dimensões nas bolsas de Xangai e Shenzhen. Depois de terem registado ganhos robustos na terça-feira, após mais de uma semana de feriados, os investidores deram um forte sinal vermelho a Pequim esta quarta-feira.

A bolsa de Xangai, a quarta do mundo, perdeu 6,5%, a maior quebra diária desde fevereiro de 2020, no início do choque provocado pela pandemia da covid-19, e a praça de Shenzhen afundou-se 8,2%, a maior quebra desde maio de 1997, há mais de 27 anos. O índice das 300 cotadas com maior capitalização nas duas bolsas caiu quase 7%, a maior queda desde o início da pandemia.

Os investidores ficaram desapontados na terça-feira com as declarações de Zheng Shanjie, o responsável pelo planeamento económico chinês, sobre a estratégia para aquecer a economia chinesa no sentido de conseguir cumprir a meta política de 5% de crescimento em 2024. A reação negativa fez-se sentir esta quarta-feira.

Os investidores aguardam, agora, as declarações do ministro das Finanças, Lan Fo'an, no próximo sábado, sobre política orçamental. Até agora, a ‘bazuca’ centrou-se num conjunto de medidas de alívio monetário pelo Banco Popular da China.

Na reabertura após os feriados, na terça-feira, Xangai tinha registado ganhos de 4,6% e Shenzhen uma subida de 8,9%.

A situação esta quarta-feira inverteu-se na Ásia. Tóquio, a maior bolsa asiática, fechou com um ganho de 1% no principal índice, o Nikkei 225, que, na sessão anterior tinha encerrado com uma perda de 1,3%. As bolsas da Austrália, Índia, Nova Zelândia, Tailândia e Vietname registaram ganhos esta quarta-feira.

A bolsa de Hong Kong continuou esta terça-feira no vermelho. O índice Hang Seng acumula uma queda de mais de 10% na terça e quarta-feira.

O desempenho das tecnológicas chinesas continua negativo. O índice Hang Seng Tech, da bolsa de Hong Kong, onde estão cotadas as ‘estrelas’ tecnológicas chinesas, perdeu esta quarta-feira 1,1%, depois de se ter afundado quase 13% na terça-feira. Com exceção da Meituan, que registou um ganho de 1,8% esta quarta-feira, todas as outras seis ‘Magníficas’ chinesas continuam a aprofundar as perdas.