A conclusão consta do relatório da Oliver Wyman e da Morgan Stanley, intitulado 'Longevidade desbloqueada, reformar-se na era do envelhecimento', que aponta que "uma das tendências positivas que definiu o último século foi o aumento constante da esperança média de vida em todo o mundo" e que a "era do envelhecimento" criou "um enorme desafio financeiro para muitos países e indivíduos".
"Este desafio não surgiu de repente. A pressão tem vindo a aumentar durante décadas", sustentam, referindo que as principais indústrias foram desenvolvendo "soluções inovadoras, produtos e serviços que melhoram a capacidade das pessoas para enfrentar as suas necessidades de poupança, investimento e proteção".
No entanto, "como este relatório deixa claro, as necessidades dos indivíduos não estão a ser totalmente satisfeitas e o desafio está a tornar-se cada vez mais complexo", lê-se.
"É chegada a hora de quebrar os silos setoriais e organizacionais para desenvolver e oferecer soluções que coloquem as necessidades do cliente como prioridade", afirma Jaime Lizarraga, financial services partner na Oliver Wyman, citado em comunicado.
Para responder às necessidades de reforma, "as pessoas precisam de um conjunto de soluções integradas e holísticas, concebidas com resultados específicos e uma experiência de cliente sem descontinuidades", defendem, sublinhando que os gestores de património, os gestores de ativos e as seguradoras "não têm conseguido concretizar esta ideia em grande escala".
De acordo com este relatório, até 2028, os gestores de ativos e património poderão gerar mais de 400 mil milhões de dólares (o equivalente a cerca de 377,96 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual), em receitas adicionais, aproveitando as oportunidades oferecidas pelas pessoas que vivem mais tempo na reforma.
O relatório menciona ainda quatro fontes para estas receitas adicionais: "um aumento das alocações nos mercados privados, em particular para os investidores do retalho"; "transferência de ativos financeiros pessoais 'à margem' em depósitos e numerário para contas orientadas para a reforma"; expansão do aconselhamento a uma proporção mais vasta da população; e alterações na alocação de mercados não privados devido a uma maior longevidade.
Em 2022, os ativos de pensões em Portugal ascendiam a 44 mil milhões de dólares (o equivalente a cerca de 41,58 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual), representando 0,8% do total global e menos de 3% do total cumulativo de ativos de pensões dos países da OCDE, segundo o documento.
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