Foi no início da tarde deste sábado, 19 de outubro, que Dino D'Santiago surpreendeu e foi surpreendido.
Ao lado de Whoopi Goldberg, o cantor foi um dos oradores da palestra 'Innovation Meets Imagination. How the New Storytekking in Medi, Music, and Animation Is Empowering Diverse voices (and Communities)', no Tribeca Festival, em Lisboa, e declamou um poema, próprio, sobre as dificuldades e os preconceitos por causa da cor da sua pele.
"Querida Whoopi Goldberg, nasci no ventre da escuridão, a cor mais antiga do mundo, a mesma que o céu veste quando todas as luzes se apagam e a humanidade se esquece de si mesma. A cor da noite, da profundidade, daquilo que ninguém quer ver, mas que todos inevitavelmente carregam", começou por dizer.
"Cresci sobre o peso desse manto invisível que me foi dado como uma cruz a carregar antes mesmo de aprender a andar. A cor da minha pele é uma sentença antes mesmo de eu a poder escrever a minha própria história e o chão que pisava, uma vala aberta onde os sonhos se afundavam lentamente, um por um. Ainda me lembro do cheiro do esgoto, um odor que não vinha do ar, mas das feridas que o mundo nos inflige. Nasci pobre, não apenas de dinheiro, mas de oportunidades e vivi rodeado por uma miséria que não se lavava com água e sabão. A minha infância foi um ato de sobrevivência nas entranhas de uma sociedade que me cuspia para fora como se eu fosse o erro, a falha no seu projeto perfeito", ouve-se Dino D' Santiago dizer.
Depois de terminar, o público não só bateu palmas, como se levantou como forma de apoio ao cantor pelas suas sentidas palavras. A reconhecida atriz norte-americana também se mostrou emocionada.
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