“Para seres só apresentadora, até é muito bom seres mulher. Agora, quando começas a atingir posições de poder, de decisão, aí começam a aparecer as dificuldades”, começou por dizer, à revista ‘D de Delta’, do grupo Nabeiro. “Aí tens de provar que mereces a oportunidade, tens de falar mais alto, de mostrar porque é que estás ali. Sou contra as quotas. Se nós, mulheres, quisermos, acho que temos. Mas temos de ser nós. Sou a prova disso: É possível. Mas será possível muitas vezes? Não, e é por isso que temos de batalhar”, acrescentou.
“Nem sempre fui entendida”
No entanto, a ‘patroa’ da TVI revela que há obstáculos que podem ser contornáveis: “Agora, se uma mulher quiser, ela vai conseguir. O que é que tem de eliminar? Sentimentos de culpa, que há muitos, quando se tem família e filhos. Sinto que isso é que aprisiona a maior parte das mulheres. Porque se tens uma reunião no estrangeiro, perguntam-te com quem ficou o teu filho – se um homem, vai ninguém lhe pergunta isso. Se um homem chega a casa todos os dias tarde, não lhe perguntam se foi dar o jantar ao filho, mas à mulher perguntam. Isto vai ecoando de forma a que a mulher se sinta mal, porque sente que não está a dar à família o que lhe era imputado.”
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Por fim remata com um ‘ensinamento’: “Quando te libertas disso e percebes que o teu filho será muito mais feliz se tiver uma mãe que seja realizada profissionalmente e que faça aquilo de que gosta, percebes que estás a dar ao teu filho muito mais do que comida num prato. Tentei sempre dizer isto em televisão, nem sempre sendo entendida.”