“Toda a gravidez e mesmo o pós-parto são períodos de maior risco trombótico”, afirma Ana Luísa Areia, uma das oradoras da Reunião. A obstetra realça que existem diversas situações clínicas, como eventos trombóticos anteriores, perdas fetais anteriores ou patologias cardíacas, que obrigam a gestante e a parturiente a tomar algumas medidas. Além da importância dos estilos de vida saudável, é essencial que inicie anticoagulação que, passa, na maioria das vezes, por injeções subcutâneas.

Além da doença cardíaca pré-existente, outros fatores de risco são a existência de doenças hematológicas, pulmonares e reumatológicas, a idade avançada da mulher, a obesidade, a imobilização, o tabagismo e a doença venosa.

Para que haja uma boa adesão terapêutica, a especialista alerta para a necessidade de se apostar numa boa relação médico-gestante/parturiente. “Nestes casos, o médico deve tranquilizar a mulher de que é uma medicação perfeitamente segura, que não tem qualquer tipo de implicação para o bebé e que vai protegê-la de possíveis complicações que podem levar à morte.”

A prevenção da trombose faz ainda mais sentido no parto e no puerpério, sobretudo nas primeiras seis semanas após o nascimento do bebé.

Ana Luísa Areia refere ainda que a terapêutica subcutânea poderá não ser suficiente nalguns casos clínicos, mas todas as opções deverão ser discutidas com o casal, “ponderando os prós e contras” e “mantendo um equilíbrio entre os riscos e benefícios para mãe e feto”. Como acrescenta, estas mulheres deverão ser acompanhadas em unidades diferenciadas.

Na sessão, sobre “Trombose na Mulher”, além de Ana Luísa Areia, irá participar Luciana Ricca Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Trombose e Hemostase e imuno-hemoterapeuta na Unidade Local de Saúde São João.

CG/MJG

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