Entre os principais pontos apresentados Manuel Lopes destacou “o planeamento e gestão estratégica das profissões de saúde”. De acordo com o membro do Conselho Geral da FSNS, “as profissões de saúde têm de ser pensadas desde a sua formação”, salientando que devem ser “identificados elementos comuns a todas as profissões para que os mesmos possam ser desenvolvidos em conjunto”. “Cada vez mais, as equipas têm de ser pensadas como um conjunto de pessoas em interprofissionalidade e complementados entre si”, acrescentou.
Além disso, refere que “as carreiras profissionais devem ser pensadas no seu conjunto e não como um somatório de profissões”. “Tudo mudou profundamente nos últimos 30 anos, mas também vieram ao de cima necessidades completamente diferentes, nomeadamente no que toca à necessidade de conciliação da vida profissional com a vida familiar”.
Noutro ponto, Manuel Lopes frisou a importância da “participação social em saúde”, num país onde esta “não é propriamente uma prática diária da maioria dos cidadãos”. Por um lado, respeitante à decisão partilhada em saúde, o docente reforça que “a decisão final de qualquer ato de saúde é do utente e não de qualquer profissional”. “Esse doente deve estar envolvido na decisão é, do ponto de vista ético e moral, algo absolutamente essencial e obrigatório, em qualquer circunstância, mas principalmente quando os atos de saúde resultam de diversa ordem que implique sofrimento”.
Por outro lado, o membro da FSNS mencionou ainda a “participação a outros níveis”, nomeadamente “da comunidade nos serviços”, bem como “a participação dos doentes na investigação”.
Destacando também a “cultura e liderança organizacional”, Manuel Lopes afirmou que este é “um pilar da transformação do SNS de modo a reclamar a importância da formação de líderes e dirigentes para o SNS”. “É algo que consideramos ser de máxima urgência e da máxima importância. Ao mesmo tempo, é necessário um sistema de seleção transparente e competente desses mesmos dirigentes”, elementos que, por norma, “não estão presentes no dia a dia de escolha dos líderes e isso cria um sistema de opacidade que não é bom para o desenvolvimento do SNS”.
CG
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