“Num setor em que mais de 96% dos pontos de acesso são pontos não públicos, obrigar os utentes a só poderem realizar as suas análises clínicas nos locais da ULS constitui um retrocesso grave na segurança e qualidade dos atos, na liberdade de escolha dos utentes, e na concorrência”, começa por escrever a Associação de Laboratórios Clínicos (ANL) em comunicado.

A associação afirma que os laboratórios e os postos de colheitas das ULS “não se encontram licenciados” e “não cumprem regras de qualidade”, sendo que com o novo modelo “os utentes passam a ser impedidos de acederem, como até agora, à rede existente e de proximidade de laboratórios clínicos com que sempre puderam contar”.

Nuno Marques, diretor-geral da ANL, reforça que “todos os utentes têm o direito de escolher o laboratório clínico que melhor atenda às suas necessidades e que garanta uma abordagem personalizada e eficaz”. “Para encontrar um modelo de organização justo e equilibrado é fundamental a existência de um diálogo aberto e a cooperação entre todas as partes interessadas para que, em conjunto, se encontrem soluções que assegurem a sustentabilidade dos laboratórios clínicos e, acima de tudo, protejam os direitos dos utentes”.

A ANL defende ainda que os laboratórios privados “são mais eficientes e capazes de realizar as análises clínicas de forma mais próxima, sem listas de espera, com mais qualidade, e a um custo inferior do que se realizadas internamente nos hospitais públicos”. Além disso, a associação aponta que os novos processos de internalização resultam em prejuízos para os utentes, para além de colocarem em causa “a sustentabilidade dos laboratórios de análises clínicas, que empregam mais de 15 mil colaboradores”, conclui a nota divulgada.

CG/COMUNICADO

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