Em Portugal, cerca de 15% dos adolescentes sofrem de dores lombares e estima-se que 60% das crianças e jovens já tenham sofrido deste tipo de dores em algum período da sua vida.
O transporte de mochilas demasiado grandes e pesadas, a má postura em frente aos dispositivos eletrónicos e as posições desaconselhadas ao estudar são alguns hábitos comuns, que prejudicam a saúde das costas de crianças e jovens. A propósito do regresso às aulas, a campanha “Olhe pelas Suas Costas”, compromete-se a ajudar os pais e encarregados de educação a adotarem melhores cuidados para a saúde dos mais novos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de metade das crianças em idade escolar (dos 6 aos 18 anos) transportam mochilas com excesso de peso. Isto verifica-se, pois levam consigo diariamente livros, cadernos, material escolar e, por vezes, até vestuário e calçado para as aulas de educação física.
Assim sendo, a OMS recomenda que as crianças e jovens em idade escolar transportem mochilas com menos de 10% do peso do seu corpo. Ou seja, se uma criança pesar 30 quilos, a sua mochila não deve ultrapassar os 3 quilos.
Porém, o problema não reside apenas no peso das mochilas, mas também no seu formato e no uso incorreto como por exemplo, utilizar a mochila apenas num ombro.
Para inverter esta situação e salvaguardar a saúde das costas das crianças e jovens, é essencial que pais e encarregados de educação tenham uma atitude preventiva no que diz respeito à escolha da mochila dos mais novos, tendo em consideração os seguintes fatores:
- Optar por uma mochila que tenha duas alças e almofadas, de modo a não provocar contraturas musculares, ou por uma mochila de rodinhas;
- A mochila deve ter vários compartimentos, uma vez que os materiais devem ser distribuídos por forma a não causar pressão sobre os ombros;
- O tamanho da mochila não deve ultrapassar o nível superior dos ombros e deve ser colocada ao centro da coluna da criança;
- Recomendar o uso de um dossiê em substituição aos cadernos.
Além da escolha correta da mochila, as famílias portuguesas também devem estar alerta para a importância da prática de exercício físico, uma vez que a obesidade e o sedentarismo são também prejudiciais para a saúde das costas. Assim sendo, a prática de exercício físico é fundamental para as crianças, uma vez que é nesta altura que podem surgir os primeiros sinais de doenças na coluna.
“Neste regresso às aulas é fundamental, que as crianças e os jovens comecem/recomecem a adotar hábitos saudáveis e benéficos para a saúde das suas costas, tais como a prática de exercício físico, evitando problemas futuros”, afirma Rui Duarte, coordenador nacional da campanha “Olhe pelas Suas Costas”. “Grande parte das dores de costas sentidas pela população diz respeito ao sedentarismo, sendo que a melhor forma de prevenir o seu aparecimento é adotar um estilo de vida ativo”, acrescenta.
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