A Unidade de Imunoalergologia do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), efetuou, pela primeira vez em Portugal, a administração de Imunoglobulina Humana Subcutânea Facilitada. O centro hospitalar tornou-se, assim, “no primeiro do país a disponibilizar este tratamento por via subcutânea facilitada, modalidade há muitos anos aguardada pelos doentes e seus cuidadores”.
A Unidade de Imunoalergologia do CHO, coordenada por Susana Carvalho, tem em seguimento doentes com imunodeficiências primárias (IP), que se caracterizam por défices do sistema imunitário que levam a infeções repetidas, bem como outros fenómenos de imunodesregulação.
“A terapêutica com imunoglobulina é fundamental para a sobrevivência destes doentes, reduzindo o risco de infeções fatais”, explica Ruben Duarte Ferreira, especialista em Imunoalergologia do CHO, que se dedica há vários anos a estudar as IP.
Este tratamento pode ser feito por via endovenosa ou subcutânea. A modalidade endovenosa implica infusões em Hospital de Dia com duração de várias horas, com periodicidade por vezes bimensal, enquanto a formulação subcutânea permite a administração pelo próprio doente no domicílio.
“Nesta modalidade, os doentes passam a poder efetuar o tratamento comodamente em suas casas apenas uma vez por mês. Enquanto completam outras tarefas ou passam tempo em família, garantem ao mesmo tempo a manutenção do tratamento.”
Esta inovação é devida à administração de uma enzima, a hialuronidase humana recombinante, que permite a criação de um espaço debaixo da pele para receber maiores volumes de imunoglobulina. As primeiras administrações ocorrem em meio hospitalar, sendo efetuado o ensino da técnica de administração ao doente pela equipa médica e de enfermagem, passando o doente a fazer o mesmo no domicílio depois de se comprovar ter adquirido autonomia para o procedimento.