O Dia Mundial da Retina celebra-se a 24 de setembro, e nesse sentido, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) pretende consciencializar para o facto que duas doenças da retina, nomeadamente a degenerescência macular da idade (DMI) e a retinopatia diabética, continuam a ser as principais causas de muitas situações de perda grave de visão e cegueira que podem ser evitados.
Dados oficiais da Organização Mundial da Saúde (OMS), revelam que a DMI é a principal causa de cegueira nos países desenvolvidos e a principal causa de perda grave de visão depois dos 50 anos de idade. Em Portugal estima-se que 12% das pessoas, neste grupo etário, sofram de DMI e que cerca de 1% apresentam a forma avançada da doença.
Por sua vez, a retinopatia diabética é a primeira causa de cegueira na população portuguesa entre os 20 e os 70 anos, existindo uma prevalência de cerca de 360 mil portugueses com lesões na retina resultantes da diabetes.
Contudo, os especialistas reforçam que é possível evitar 90% da perda grave de visão e de cegueira, recorrendo à prevenção e ao tratamento atempado.
“As taxas de perda de visão e de cegueira que podiam ser evitadas a nível nacional estão longe de ser alcançados, uma vez que muitos doentes só procuram ajuda em fases já avançadas da doença e em que os sintomas já são muito evidentes. Por outro lado, as consultas de vigilância na área de oftalmologia para pessoas com mais de 50 anos também ainda não fazem parte da rotina dos portugueses”, revela Carlos Neves, médico oftalmologista e membro da SPO.
Conforme explicado em comunicado, a DMI pode revelar-se assintomática ou apresentar apenas sintomas discretos, como alguma dificuldade de leitura durante vários anos. Porém, quando se dão evoluções para estados mais avançados, tendem a surgir perdas de visão mais notórias num dos olhos e com um início relativamente súbito. Os especialistas afirmam que estes sintomas não devem ser ignorados e requerem observação urgente por parte de um médico oftalmologista.
No caso de pessoas com diabetes, os médicos salientam que nem sequer devem esperar por sinais ou sintomas de doenças da retina para ir ao médico oftalmologista, ou até mesmo para fazer rastreios com regularidade.
Para pessoas com diabetes tipo 2 deve ser feito um rastreio logo após o diagnóstico e manter o acompanhamento regular. Por sua vez, as pessoas com diabetes tipo 1 devem realizar uma primeira consulta oftalmológica nos primeiros cinco anos após o diagnóstico, defendem os especialistas.
CG
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