“Os resultados revelaram que apenas 20% das mulheres com sintomas clinicamente relevantes de ansiedade e ou depressão estava, no momento da participação no estudo, a receber algum tipo de tratamento”. A conclusão é de uma investigação, promovida pela Universidade de Coimbra, intitulado “Women Choose Health”, e que foi coordenado pela psicóloga clínica Ana Fonseca, investigadora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UC e do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental.
Na sua opinião, “estes dados são preocupantes, tendo em conta as consequências negativas, para a mulher e para a criança”. Além disso, são um alerta, segundo diz em comunicado, “para a necessidade de se delinearem estratégias de sensibilização e para a redução de barreiras no processo de procura de ajuda profissional neste período”.
Sobre as decisões de tratamento, a responsável revela que “se verificou que as mulheres que não estão a receber qualquer tipo de tratamento apresentam maior conflito decisional e maior estigma em relação à doença mental, por comparação com as mulheres que estão a receber algum tratamento para a sua sintomatologia”.
Ana Fonseca espera assim que “os profissionais de saúde coloquem a mulher no centro da decisão, tornando-a num elemento ativo e ajudando-a a tomar decisões informadas e coerentes com as suas crenças e valores, o que potenciará a adesão à opção de tratamento escolhida”.
O estudo foi promovido pela Universidade de Coimbra e pela Universidade de Oslo, na Noruega, com financiamento do Fundo de Relações Bilaterais dos EEA Grants.
Texto: Maria João Garcia
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