De acordo com o FIRS, existem três áreas capazes de combater as desigualdades nas doenças respiratórias, entre elas: “melhorar o acesso à prevenção e aos tratamentos de cessação tabágica, alargar o acesso a dispositivos e tratamentos inalatórios e aumentar o acesso às vacinas contra a pneumonia nas crianças”. A entidade defende que “para reduzir o peso global das doenças respiratórias é crucial agir nestas três áreas”, com especial foco nas desigualdades existentes nos países de baixo e médio rendimento.

O tabaco é responsável pela principal causa de doenças respiratórias, tais como a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica), cancro de pulmão e outras infeções respiratórias, pelo que se torna fundamental a “existência acessível de intervenções educacionais, de aconselhamento e farmacológicas para a cessação tabágica”, defende a SPP em comunicado.

A sociedade afirma ainda que, nos casos de tratamento de doenças como a asma ou DPOC, é “essencial o acesso mais alargado às terapêuticas, existindo países onde estes são inacessíveis”. Para além disso, todas as crianças devem ser sujeitas a “medidas preventivas da pneumonia – a principal causa de morte por infeção nas crianças”.

“Existem numerosas e diversificadas doenças respiratórias que ultimamente têm tido uma grande inovação terapêutica, sendo, provavelmente, a Pneumologia uma das áreas com maior inovação na Medicina”, começa por afirmar António Morais, presidente da SPP. “Tem havido um avanço nas doenças que tinham um mau prognóstico e que, ultimamente, têm sido beneficiadas com a inovação terapêutica – o que tem permitido um aumento da qualidade de vida e da sobrevida. No entanto, efetivamente, essa inovação é cara e há alguma desigualdade no acesso. Não há dúvidas de que devemos trabalhar em mecanismos que evitem essa situação de desigualdade”, defende o pneumologista.

Em termos de prevenção, enquanto sociedade científica, António Morais acrescenta que “a SPP promove, há muito, diversas ações de sensibilização para as doenças respiratórias. É fundamental todos estarmos conscientes do peso que estas doenças assumem na mortalidade, quer a nível nacional quer a nível mundial, e reconhecermos o papel que algumas medidas assumem na prevenção das doenças pulmonares, entre as quais se destaca a cessação tabágica”. “É preciso que a população, mas também os decisores atribuam a devida importância à saúde respiratória tornando-a uma prioridade”, conclui.

CG

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