A endometriose é uma doença inflamatória crónica que afeta uma em cada 10 mulheres em idade reprodutiva, estimando-se cerca de 350 mil em Portugal com a patologia. Tendo em conta não só esta elevada prevalência, mas também as implicações pessoais e sociais da patologia, os estudos sobre a mesma e o seu impacto na vida das mulheres são de extrema necessidade e relevância para a nossa sociedade.
A Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG) em colaboração com a Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose (MulherEndo), com o apoio da Gedeon Richter Portugal, realizaram um inquérito sobre a jornada das mulheres portuguesas que têm endometriose, com o objetivo de compreender este percurso e perceber melhor a dimensão do problema no nosso país.
Com uma amostra válida de 883 doentes, com diagnóstico confirmado, foi possível corroborar alguns factos importantes, nomeadamente o elevado número de anos até à obtenção do diagnóstico e que mais de 80% destas mulheres ouviu de um profissional de saúde que a sintomatologia que apresentava era normal. De salientar que a maioria destas doentes apresentou os primeiros sintomas entre os 10 e os 19 anos e que a dismenorreia intensa é o sintoma mais relatado.
Cerca de 80% destas mulheres situa o seu nível de dor entre o 8 e o 10 numa escala de 1 a 10 e 78% apresentou dificuldades em engravidar. De modo geral, o impacto na vida psicológica e social são os que afetam mais a vida das pacientes que participaram neste estudo.
Estes resultados vêm confirmar a necessidade urgente de uma maior sensibilização para a existência da patologia e uma maior sensibilidade para a valorização da sintomatologia apresentada pelas doentes, uma vez que o diagnóstico precoce é a chave para um tratamento mais célere que, em muitos casos, permitirá a recuperação de alguma qualidade de vida.
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