É hoje lançada uma ferramenta que permite avaliar o risco de um jovem estar dependente online. Em www.geracaocordao.com, pais, educadores e professores, através de perguntas, podem avaliar alguns dos hábitos do filho ou aluno, em relação ao uso das tecnologias e da internet.

Estudos recentes sobre as dependências online nos jovens e em adultos portugueses revelaram que a utilização problemática da internet está associada a diversas alterações no estado de humor, no funcionamento familiar, nas relações sociais, entre outras.

“O teste é uma ferramenta útil para famílias e professores aferirem o risco de dependência dos jovens, mas é importante, sobretudo, para que em caso de intervenção de um psicólogo, já tenhamos uma avaliação inicial do risco de dependência online, para de seguida avaliar e intervir de forma mais profunda e direcionada, caso a caso”, esclarece Ivone Patrão, coordenadora do projeto de intervenção Geração Cordão e investigadora do Ispa-Instituto Universitário.

Face a uma situação de risco elevado, “o jovem deve ser referenciado para acompanhamento especializado para que o uso da internet seja benéfico e saudável”.

Recentemente, Ivone Patrão delineou um perfil do utilizador de internet com dependência. Regra geral, são jovens entre os 16 e 21 anos de idade, do sexo masculino, com frequência do ensino secundário e com rendimento escolar fraco. Não costumam praticar exercício físico, não têm relacionamentos amorosos, começaram a atividade online aos 8 anos, estão mais de 6 horas online, têm problemas de sono, mostram baixa empatia e têm pais mais permissivos. Podem também estar associados comportamentos de sexting, cyberbullying, phubbing (olhar sempre para o telemóvel, ignorando os outros) e ghosting (terminam relacionamentos repentinamente e sem mais contactos).

Texto: Maria João Garcia